A PECADORA QUEIMADA E OS ANJOS HARMONIOSOS: UMA ANÁLISE DO SORRISO DA PECADORA COMO MÁQUINA DE GUERRA
Resumen
Este artigo teve como objeto de estudo a única produção teatral de Clarice Lispector, a peça A Pecadora queimada e os Anjos harmoniosos (1964). O objetivo principal consistiu em analisar o sorriso da protagonista como única via de expressão em todo o ato, como uma manifestação de resistência contra o sistema social que organiza sua morte. A conclusão a que se chegou na análise do sorriso da pecadora é de que ele se manifesta como a pequena máquina de guerra clariceana, subvertendo e alterando a expectativa de punição e restauração da ordem previstas pelo ato condenatório. Considerou-se essa manifestação como uma guerrilha, silenciosa e criativa, que se mobiliza contra o sistema estatal. Nesta análise, valeu-se do pensamento de Gilles Deleuze e Felix Guattari em Mil Platôs, sobretudo no platô 12, 1227 – Tratado de Nomadologia: a máquina de guerra, assim como algumas noções conceituais do Teatro de Crueldade, de Antonin Artaud.
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