O CONCEITO DE VIVER ENTRE LÍNGUAS A PARTIR DE UMA ANÁLISE DA OBRA KOSMOFONIA: MBYÁ-GUARANI
Résumé
A obra Kosmofonia: Mbyá-Guarani (2006), organizada por Guillermo Sequera e Douglas Diegues, é um trabalho que se destaca pela qualidade da análise antropológica. A pesquisa desenvolvida com a comunidade M’byá ao longo do Rio Paraná, no entanto, é muito mais do que um simples tratado acerca de tal cultura indígena e sua ligação com o kósmos. A obra explora uma maneira peculiar de abordagem do tema, mesclando língua portuguesa, espanhola e guarani, no que podemos considerar um “portunhol selvagem”. Desse modo, o presente artigo se baseia nos estudos de Benjamin (1967), Gasparini (2012), Catonio (2018), Jasinski (2021) e Molloy (2018), com o objetivo de analisar o conceito de “viver entre línguas”, bem como relacionar o texto com textos de outros autores com abordagem semelhante. Este estudo corrobora para a concepção de um fazer literário exclusivo às regiões de fronteira, no qual as línguas se mesclam e refletem na arte e na cultura de amplas regiões.
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