Disjunção, dualismo e dialética: sobre a obra crítica literária brasileira e "Senhora", de José de Alencar
Palavras-chave:
Crítica literária brasileira, Antonio Candido, Roberto Schwarz, Senhora.Resumo
Este artigo se divide em duas partes. A primeira delas recupera criticamente o pensamento teórico central de Antonio Candido e Roberto Schwarz no que concerne a relação entre a experiência social e histórica brasileira e a especificidade da formalização estética da nossa literatura. Ao historicizar ambos os posicionamentos, torna-se possível identificar, neste profícuo diálogo entre duas gerações críticas, continuação, diferenças e rupturas. Feito isso, a segunda e principal parte deste trabalho analisa o romance Senhora, de José de Alencar. Trata-se de uma revisão de caso. Recorrendo à crítica de Schwarz, apresentamos uma hipótese de leitura que, sem abrir mão do pressuposto argumentativo do crítico, diverge da sua conclusão. A nossa hipótese é de que, diferentemente do que aponta o crítico, há um imbricamento entre a descrição da realidade brasileira e a formalização do enredo do romance. A conclusão é de que já há em Senhora o hibridismo brasileiro de pertencimento inacabado ao capitalismo, o que permite atribuir a este romance uma lógica de base que será observada pela crítica apenas na ficção brasileira posterior.Downloads
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