O caso Sady e Ágaba: política, movimento estudantil e violência escolar na Parahyba do Norte (1923)
Resumo
O presente artigo, escrito com ênfase nas análises históricas, aborda os desdobramentos de movimentos estudantis e poder político local, decorrentes do crime cometido contra o estudante lyceano Sady Castor Correia de Araújo, de 27 anos, assassinado junto aos gradis de ferro da praça Comendador Felizardo Leite, em frente à Escola Normal, no dia 22 de setembro de 1923, na cidade de Parahyba, capital do então estado da Parahyba do Norte. O caso teve ampla repercussão, principalmente nos meios de comunicação da época (jornais impressos), com reflexos no cenário político parahybano e nacional, coincidindo com o agravamento das tensões faccionais locais, não por coincidência às vésperas das eleições de 1924. O texto busca compreender as motivações que levaram os estudantes do Grêmio Cívico-Literário 24 ao enfrentamento político com o governo do estado da Parahyba do Norte, sugerindo que a morte violenta e repentina do estudante Sady tenha servido de “estopim” para o agravamento das tensões políticas locais. Inscrito numa perspectiva teórica da Nova História Cultural, explora-se o campo de fenômenos em torno da problemática dos novos sujeitos históricos e da ampliação do campo de estudo do historiador na perspectiva da Micro-História. A metodologia adotada aproxima-se daquilo que Ginzburg (1991) intitulou de “paradigma indiciário”, também definido por Barros (2004) como “análise intensiva das fontes”. Utiliza-se como fontes privilegiadas jornais e revistas da época, documentos oficiais, jurídicos e historiográficos e parte da literatura sobre o caso.
Palavras-chave: Política; Movimento estudantil; Violência escolar
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