IMPRESCINDIBILIDADE DO ANTIRRACISMO À JUSTIÇA RESTAURATIVA BRASILEIRA

A HUMANIZAÇÃO DO POVO PRETO É PRESSUPOSTO DA RESPONSABILIZAÇÃO

Autores

Resumo

A justiça restaurativa emerge como potencial de repensar a responsabilização em conflitos criminais, contudo, sua adaptação ao Brasil deve considerar a preponderância do racismo nas relações sociais. O presente estudo, por meio de pesquisa de natureza qualitativa, com investigação bibliográfica e documental, valendo-se do método hermenêutico-crítico, objetiva analisar os resquícios do racismo no imaginário brasileiro, e a importância da humanização do povo negro para viabilizar a responsabilização almejada pela justiça restaurativa. Inicialmente discorre-se sobre a estigmatização/rotulação, desumanização e desindividuação e sua atuação sobre os corpos negros. Aborda-se também a adaptação do racismo brasileiro aos discursos positivistas. Em seguida propôs-se a abordagem da dimensão simbólica do encontro restaurativo, fundamentado na ética da alteridade e na ética da não-violência. Por fim, buscou-se investigar concretamente a forma de viabilizar uma justiça restaurativa antirracista, e concluiu-se que é imprescindível a conscientização e treinamento dos mediadores para abordar casos de desequilíbrio relacionados à raça.

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Biografia do Autor

Letícia Pereira de Lemos, Universidade Federal do Paraná

Mestranda em Direito do Estado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Graduada em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Membra do Núcleo de Criminologia e Política Criminal da UFPR.

Katie Silene Cáceres Arguello, Universidade Federal do Paraná

Doutora pelo Departamento de Antrhropologie et Sociologie du Politique - Université Paris 8 - Vincennes-Saint-Denis . Mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. Graduada pela Universidade Federal do Mato Grosso. Professora Titular de Criminologia na Graduação e da Pós-graduação em Direito da UFPR. Membro do Instituto de Criminologia e Política Criminal (ICPC/PR); associada do Instituto Carioca de Criminologia (ICC/RJ). Coordenadora do Núcleo de Criminologia e Política Criminal (PPGD/UFPR) e do Grupo de Estudos em Criminologia Crítica (CNPq). 

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Publicado

2025-10-07

Como Citar

PEREIRA DE LEMOS, L.; SILENE CÁCERES ARGUELLO, K. . IMPRESCINDIBILIDADE DO ANTIRRACISMO À JUSTIÇA RESTAURATIVA BRASILEIRA: A HUMANIZAÇÃO DO POVO PRETO É PRESSUPOSTO DA RESPONSABILIZAÇÃO. Publicatio UEPG: Ciências Sociais Aplicadas, [S. l.], v. 32, n. 1, p. 1–17, 2025. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/sociais/article/view/24220. Acesso em: 5 dez. 2025.