Elementos de frondes Pecopterídeas do Permiano do Extremo Sul da Bacia do Paraná, Brasil
Palavras-chave:
Pecopteris, Scolecopteris, Paleobotânica, Tafonomia, Formação TeresinaResumo
Neste trabalho caracterizamos os fósseis de frondes pecopterídeas encontrados em depósitos do Grupo Passa Dois (Permiano Superior da Bacia do Paraná) em um novo afloramento fitofossilífero no município de Aceguá, às margens da BR-153, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. As frondes pecopterídeas são comuns no contexto paleofitogeográgico do Gondwana, demarcando fases interglaciais do Paleozoico Superior e pertencem à Flora Glossopteris durante o Permiano, extinguindo-se na passagem Permo-Triássica. A análise de 11 fitofósseis de fragmentos de frondes férteis e inférteis encontrados em níveis de argilitos permitiram reconhecer os elementos pecopterídeos em Pecopteris sp. e cf.Scolecopteris. Inferências dos processos tafonômicos e deposicionais que condicionaram a preservação dos fósseis são realizadas de acordo com os espécimes descritos e auxiliam na interpretação na posição de preservação de frondes pecopterídeas. Os elementos pecopterídeos descritos demarcam uma nova associação para o Permiano Superior em depósitos da porção superior do Grupo Passa Dois da Formação Teresina.
Referências
Arnold, C.A. (2013). An introduction to paleobotany. Read Books Ltd.
Arrondo, O. G. (1967). Dizeugotheca branisae N. SP. Nueva filice eusporangiada del Pérmico inferior, Bolivia. Revista del Museo de La Plata, v. 5, n. 31, p. 55-61
Azcuy, Carlos L., e Césari, Sylvia N. (1980) Primeros estudios sobre plantas fósiles de la Formación Libertad, Provincia de La Rioja, Argentina. Boletim IG, v. 11, p. 49-55,
Boureau, E., e Doubinger, J. (1970), Traité de Paléobotanique. IV. Filicophyta: p. 768.
Boureau, E., e Doubinger, J. (1975). Traité de Paléoboatanique. Pteridophylla (1ª partie). Paris, Boureau Ed. Masson et Cie, v. 4 (fasc. 2), 768 p.
Cazzulo-Klepzig, M. (1978), Estudo da Tafoflórula do Membro Morro Pelado na Sua Localidade-tipo: Pesquisas em Geociências, v. 11, p. 225–303.
Cleal, C.J. (2015). The generic taxonomy of Pennsylvanian age marattialean fern frond adpressions. Paleotographica Abteilung B, p. 1-21.
Cleal, C. J., e Thomas, Barry A. (2018) Nomenclatural status of the Palaeobotanical “Artificial Taxa” established in Brongniart’s 1822 “Classification” paper. Fossil Imprint, v. 74, n. 1-2, p. 9-28.
Cúneo, N.R. (1996). Permian phytogeography in Gondwana. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, v. 125, p. 75–104. doi:10.1016/S0031-0182(96)00025-9
Doweld. A.B. (2001). Tentamen Systematis Plantarum Vascularium (Tracheophytorum). Moscow: GEOS
Eggert, D. A., e Taylor, T. N. (1966): Studies of Paleozoic ferns: On the genus Tedelea gen. nov. Palaeontographica, Abteilung B, v. 118, p. 53–73.
Endlicher, S. (1842). Mantissa botanica sistens genera plantarum supplementum secundum. Fridericum Beck, 114 pp.
Figueiredo Filho, P.M. (1972). A faciologia do Grupo Passa Dois no Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Geociências, v. 2, n.4, p. 216-35.
Frenguelli, J. (1953). Las pecopteroideas del pérmico del Chubut. Ministerio de Educación de la Nación, Universidad Nacional de Eva Perón, Facultad de Ciencias Naturales y Museo
Gama Jr, E. (1979). Sedimentação do Grupo Passa Dois (inclusive Formação Irati): um modelo geomórfico. Revista Brasileira de Geociências, v. 9, p. 1-16.
Herbst, R., e Amábili, V. (2011). Asterotheca en la Formación Tacuary (Pérmico Superior) del Paraguay Oriental. Gaea - Journal of Geoscience v.7, p.117–122. doi:10.4013/gaea.2011.72.05
Iannuzzi, R., e Rösler, O. (2000). Floristic migration in South America during the Carboniferous: Phytogeographic and biostratigraphic implications. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, v. 161, p. 71–94. doi:10.1016/S0031-0182(00)00118-8
Kenrick, P., e Crane, P.R., (1997), The origin and early evolution of plants on land. Nature, v. 389, p. 33–39.
Kern, H.P., Lavina, E.L.C., Paim, P.S.G., Girelli, T.J., e Lana, C. (2021). Paleogeographic evolution of the southern Paraná Basin during the Late Permian and its relation to the Gondwanides. Sedimentary Geology, 415, 105808.
Klein, C., Leipnitz, I.I., e Nowatzki, C.H. (1999). Fácies sedimentares e observações bioestratinômicas das concentrações fossíliferas da Formação Teresina na região de Tiaraju, RS, Brasil. Acta Geologica Leopoldensia, 49:75-92.
Klein, C., Iglesias., C.M.F., e Camozzato, E. 2018 Geologia e recursos minerais da folha Aceguá. CPRM, SH.21-Z-D-VI.
Lavina, E. L. Geologia sedimentar e paleogeografia do Neopremiano e Eotriássico (intervalo Kazaniano-Scythiano) da Bacia do Paraná. (1991). 333p. Tese (Doutorado) - Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Lima, J. H. D., e Netto, R. G. (2012). Trace fossils from the Permian Teresina Formation at Cerro Caveiras (S Brazil). Revista Brasileira de Paleontologia, v. 15, n.1, p. 5-22.
Link, J.H.F. (1833): Hortus Regius Botanicus Berolinensis. v. 2. Reimer, Berlim.
Milani, E.J. (1997). Evolução Tectono-estrigráfica da Bacia do Paraná e deu Relacionamento doma Geodinâmica Fanerozóica do Gondwana Sul-Ocidental. (Tese de Doutorado). Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Milani, E.J., Melo, J.H.G., Souza, P.A., Fernandes, L.A., e França, A.B. (2007). Bacia do Paraná. Boletim de Geociências da Petrobrás, v. 15, p. 265–287.
Page, C.N. (2002), Ecological strategies in fern evolution: A neopteridological overview. Review of Palaeobotany and Palynology, v. 119, p. 1–33, doi: 10.1016/S0034-6667(01)00127-0.
Rocha-Campos, A.C., Basei, M.A.S., Nutman, A.P., Santos, P.R., Passarelli, C.R., Canile, F.M., da Rosa, O.C.R., Fernandes, M.T., Santa Ana, H., e Veroslavsky, G., (2019). U-Pb zircon dating of ash fall deposits from the Paleozoic Paraná Basin of Brazil and Uruguay: a reevaluation of the stratigraphic correlations. The Journal of Geology, v. 127, p. 167–182.
Rohn, R. (1989). Grupo Passa Dois. In: Congresso Brasileiro De Paleontologia, Anais, Curitiba, Sociedade Brasileira de Paleontologia, v. 5, p. 34-42.
Rohn, R. (1994). Evolução ambiental da Bacia do Paraná durante o Neopermiano no leste de Santa Catarina e do Paraná. Programa de Pós-graduação em Geologia Sedimentar, Universidade de São Paulo, tese de Doutorado, 386 p.
Rohn, R., Rosler, O. (1986), Pteridófilas pecopteróides da formação Rio do Rasto no estado do Paraná e da formação estrada nova no estado de São Paulo (Bacia do Paraná, Permiano superior): Boletim IG-USP. Série Científica, v. 17, p. 57, doi: 10.11606/issn.2316-8986.v17i0p57-72.
Schneider, R.L., Mühlmann, H., Tommasi, E., Medeiros, R.A., Daemon, R.F., e Nogueira, A.A. (1974). Revisão estratigráfica da Bacia do Paraná. In: Congresso Brasileiro de Geologia, v. 28, p.41-65.
Sternberg, K. M. (1825). Versuch einer geognostisch botanischen Darstellung der Flora der Vorwelt in IV Heften. Fleischer.
Tavares, T.M.V., Rohn, R., Röler, R., e Noll, R. (2014). Petrified Marattiales pinnae from the Lower Permian of North-Western Gondwana (Parnaíba Basin, Brazil). Review of Palaeobotany and Palynology, v. 201, p. 12–28. doi: 10.1016/j.revpalbo.2013.09.002
Taylor, T.N., Taylor, E.L., e Krings, M. (2009). Paleobotany: The biology and evolution of fossil plants, 2nd ed. Academic press Elsevier.
Vieira, C.E.L., (2004), Taxonomia, Paleoecologia E Paleofitogeografia De Frondes Pecopterídeas Do NeoPaleozoico Da América Do Sul: UFRGS, 245 p.
Vieira, C.E.L., e Iannuzzi, R. (2000). Presença de Pecopteris e Asterotheca no Afloramento Morro do Papaléo, Município de Mariana Pimentel, Rio Grande do Sul (Formação Rio Bonito, Eopermiano da Bacia do Paraná). Pesquisas em Geociências, v. 27, p. 49–64.
Vieira, C.E.L., e Iannuzzi, R. (2007). Revisão de pecopterídeas polimórficas do neoPaleozoico da América do Sul. Revista Brasileira de Paleontologia, v. 10, 107–116.
Wagner, R.H. (1968). Upper Westphalian and Stephanian species of Alethopteris from Europe, Asia Minor and North America. Mededelingen Rijks Geologische Dienst (série C), v. 3, n-1-6, 188 pp.
Wildner, W., Ramgrag, G. E., Lopes, R. C., e Iglesias, C. M. F. (2006). Mapa Geológico do Estado do Rio Grande do Sul. Serviço Geológico do Brasil, escala 1:750000.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial nesta revista. Os autores autorizam a distribuição para indexadores e repositórios institucionais, com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial nesta revista. Autores são estimulados a distribuir a versão on line do artigo (por exemplo, em repositórios institucionais ou em sua página pessoal), considerando que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e as citações do artigo publicado.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.