Abrigo da Metamorfose: impressionantes registros de pinturas rupestres nos Campos Gerais do Paraná, Sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5212/TerraPlural.v.16.2221492.047Palavras-chave:
arte rupestre, sítio arqueológico, cavidades subterrâneas, Piraí do Sul.Resumo
Este artigo caracteriza e detalha o Abrigo da Metamorfose, um registro inédito da riqueza
arqueológica paranaense. Situado no município de Piraí do Sul, região dos Campos Gerais do
Paraná, este sítio arqueológico surpreende não apenas pela quantidade de painéis e pinturas, mas também pelo bom estado de conservação de alguns conjuntos e pela diversidade de representações e estilísticas utilizadas. Todos os painéis com pinturas rupestres foram registrados fotograficamente e produzidos decalques digitais a partir do tratamento das imagens filtradas no programa DStretch com o uso da técnica de matriz de correlação em programa de edição de imagens em três fases - automática, semiautomática e manual. Os painéis rupestres foram mapeados e geoespacializados por topografia espeleológica com base no método de graduação e convenções espeleométricas da Union Internationale de Spéléologie (UIS). Foram documentados 32 painéis, que somam 887 representações zoomórficas, antropomórficas, geométricas, estruturas construídas, formas enigmáticas e vestígios. Apesar de o local estar razoavelmente conservado, são necessárias ações urgentes para a efetiva proteção deste sítio e evitar a degradação do conteúdo arqueológico por queimadas, circulação livre do gado, recobrimento de vegetação e visitação descontrolada.
Referências
Arnt, F.V. (2002). As pinturas rupestres como testemunho de ocupação pré-contato em Tibagi,
Paraná. Monografia de graduação em História, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, UNISINOS, São Leopoldo, RS, Brasil.
Assine, M.L. (1999). Fácies, icnofósseis, paleocorrentes e sistemas deposicionais da Formação
Furnas, no flanco sudeste da bacia do Paraná. Rev. Bras. Geociências, 29, 357-370
Barbosa, J.N.A. (2004). Arte rupestre: a história que a rocha não deixou apagar. Curitiba: Arcádia.
Blasi, O. (1972) Cultura do índio pré-histórico. Vale do Iapó, Tibaji-PR. Arquivos do Museu Paranaense/ Nova Série Arqueologia, 6.
Blasi, O. et al. (1991). Projeto de levantamento e cadastramento de sítios arqueológicos do 2º
planalto paranaense. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura do Paraná. Relatório interno.
Cavalheiro, A.C.M. (2004). Pinturas rupestres dos Campos Gerais – Paraná. Dissertação de
Mestrado, Universidade de São Paulo, USP, São Paulo, SP, Brasil. Recuperado de https://repositorio.usp.br/item/001376550
Chmyz, I. (1976). Nota prévia sobre o sítio PR PG 1: abrigo sob rocha Cambiju. Estudos brasileiros, 2, 231-246. Recuperado de https://www.researchgate.net/profile/Igor-
Chmyz/publication/301957813_NOTA_PREVIA_SOBRE_O_SITIO_PR_PG_1_-_ABRIGO-SOBROCHA_CAMBIJU/links/572ccbfe08ae3736095a36bc/NOTA-PREVIA-SOBRE-O-SITIO-PR-PG-1-
ABRIGO-SOB-ROCHA-CAMBIJU.pdf
De Souza, J.G., & Merencio, F.T. (2013). A diversidade dos sítios arqueológicos Jê do Sul no Estado
do Paraná. Cadernos do LEPAARQ (UFPEL), 10(20), 93-130. doi:https://doi.org/10.15210/lepaarq.v10i20.2495
Drewett, Peter L. (2001). Field Archaeology: An Introduction. London: UCL.
Gomes, C.S. (2011). As representações geométricas e zoomorfas da Tradição Planalto: a arte nos
Campos Gerais. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura do Paraná.
Häuselmann, P. (2012). UIS Mapping Grades (Technical Note). International Journal of Speleology /Informatics commission working group - Survey and mapping. p.3. Disponível em: https://scholarcommons.usf.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1046&context=ijs
Junghans, R. (2018). Acessando o invisível: metodologia de registro e análise digital de arte rupestre no Complexo Arqueológico Malhada Grande (Paulo Afonso, Bahia) e na Fazenda Mundo Novo (Canindé de São Francisco, Sergipe), Brasil. Dissertação de Mestrado em Arqueologia Pré-histórica e Arte Rupestre, Instituto Politécnico de Tomar, Tomar, Portugal.
Letenski, R. (2021). Pinturas Rupestres do Sítio Arqueológico Cassandoca, Ponta Grossa, Paraná. In Anais da Semana de Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Ponta Grossa, PR, Brasil, 27. pp. 35-38.
Linke, V., & Isnardis, A. (2008). Concepções estéticas dos conjuntos gráficos da Tradição Planalto,
na região de Diamantina (Brasil Central). Revista de Arqueologia, 21(1), 27-43. DOI:
https://doi.org/10.24885/sab.v21i1.238
Massuqueto, L.L., Pontes, H.S., Junghans, R., & Silva, A.G.C. (2022). Projeto PGRupestre: desvendando o patrimônio desconhecido no município de Ponta Grossa, Paraná. In R.S. Momoli, C.F. Stump, J.D.G. Vieira, & R.A. Zampaulo (org.) Anais do 36º. Congresso Brasileiro de Espeleologia. (pp. 523-528). Campinas: SBE. Recuperado de http://www.cavernas.org.br/anais36cbe/36cbe_523-528.pdf
Melo, M.S., Matias, L.F., Guimarães, G.B., Cruz, G.C.F., Barbola, I.F. ..., & Moreira, J.C. (2004). Piraí da Serra - proposta de nova Unidade de Conservação nos Campos Gerais do Paraná. Publ. UEPG Ci. Biol. Saúde, 10(3/4), 85-94.
Milani, E.J., Melo, J.H.G., Souza, P.A., Fernandes, L.A., & França, A.B. (2007). Bacia do Paraná. Cartas Estratigráficas - Boletim de Geociências da Petrobras, 15(2), 265-287.
Moura, V. (2019). Prospecção espeleológica. In J.B. Cruz, & L.B. Piló (orgs.). Espeleologia e licenciamento Ambiental. (pp. 78-96). Brasília: ICMBio/ CECAV. Recuperado de https://www.icmbio.gov.br/cecav/publicacoes/92-espeleologia-e-licenciamento-ambiental.html
Moro, R.S., & Galvão, F. (2012). Dinâmica austral da savana Neotropical. In R.S. Moro. Biogeografia do Cerrado nos Campos Gerais. (cap.2, pp. 33-52). Ponta Grossa: Ed. UEPG.
Nanuncio, V.M., & Moro, R.S. (2008). O mosaico de vegetação remanescente em Piraí da Serra, Campos Gerais do Paraná: uma abordagem preliminar da fragmentação natural da paisagem. Terr@ Plural, 2(1), 155–168. Doi: http://dx.doi.org/10.5212/TerraPlural.v.2i1.155168
Noelli, F.S. (2000). A ocupação humana na região sul do Brasil: arqueologia, debates e perspectivas - 1872-2000. Revista USP, 44, 218-269. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2316- 036.v0i44p218-269
Oliveira, F.C.P. (2014) Abrigos com pinturas rupestres em Piraí da Serra-Paraná: uma abordagem
geoarqueológica. Dissertação de Mestrado em Geografia, Universidade Federal do Paraná, UFPR,
Curitiba, PR, Brasil. Recuperado de https://www.academia.edu/12127557/ABRIGOS_COM_PINTURAS_RUPESTRES_EM_PIRA%C3%8 D_DA_SERRA_PARAN%C3%81_UMA_ABORDAGEM_GEOARQUEOL%C3%93GICA
Parellada, C.I. (2007). Arqueologia dos Campos Gerais. In M.S. Melo, R.S. Moro, & G.B. Guimarães.
(Org.). Patrimônio natural dos Campos Gerais. (pp. 163-170). Ponta Grossa: Ed. UEPG.
Parellada, C.I. (2008). Revisão dos sítios arqueológicos com mais de seis mil anos BP no Paraná: discussões geoarqueológicas. FUMDHAMentos, 7, 117-135.
Parellada, C.I. (2009). Arte rupestre no Paraná. Revista Científica da FAP, 4(1), 1-25.
Parellada, C.I. (2012). Relatório do diagnóstico arqueológico preliminar, 2003, levantamento e nova documentação fotográfica, do acervo recuperado no estudo prévio à Usina Hidrelétrica Mauá, vale do rio Tibagi, Paraná, Brasil. Curitiba: Museu Paranaense. p.83.
Parellada, C.I. (2013). Estudos Arqueológicos no Complexo Campos Gerais, municípios de Tibagi, Castro e Carambeí, PR. Recuperado de https://www.academia.edu/34268706/ESTUDOS_ARQUEOL%C3%93GICOS_NA_%C3%81REA_D
O_COMPLEXO_EOLIO_EL%C3%89TRICO_CAMPOS_GERAIS_MUNIC%C3%8DPIOS_DE_TIBAG I_CASTRO_E_CARAMBE%C3%8D_PARAN%C3%81_BRASIL_2013
Parellada, C.I. (2015). Arte rupestre no Paraná: novas discussões. Revista de Tecnologia e Ambiente, 21, 45-69.
Parellada, C.I. (2016). Paisagens transformadas: a arqueologia de povos Jê no Paraná, sul do Brasil. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia USP, 27, 158-167,
Parellada, C.I., Oliveira, F., & Sclvilzki, E. (2014). As pinturas rupestres do abrigo São José da Lagoa
, Piraí do Sul, Paraná, Brasil. Anais do Simpósio Internacional de Arte Rupestre e Reunião da Associação de Arte Rupestre. Teresina, PI, Brasil, 10/5.
Pontes, H.S., Silva, A.G.C., & Massuqueto, L.L. (2020). Caracterização, impactos e gestão de sítios arqueológicos do vale do rio Pitangui, Ponta Grossa, região dos Campos Gerais do Paraná. Caderno de Geografia, 30(63), 975-1001. Doi: https://doi.org/10.5752/p.2318- 2962.2020v30n63p975.
Prieto, C.C. (2007). Análise da dinâmica do uso da terra sobre o patrimônio natural de Píraí da Serra – Paraná. Monografia de Bacharelado em Geografia, Universidade Estadual de Ponta Grossa, UEPG, Ponta Grossa, PR, Brasil.
Sedorko, D., Netto, R.G., & Horodyski, R.S. (2019) Tracking Silurian-Devonian events and paleobathymetric curves by ichnologic and taphonomic analyzes in the southwestern Gondwana. Global and Planetary Change, 179, 43-56. doi: https://doi.org/10.1016/j.gloplacha.2019.05.007
Silva, A.G.C. (1999). Pinturas rupestres do sítio arqueológico Abrigo Usina São Jorge, Ponta Grossa - PR. Monografia de conclusão de curso de Geografia, Universidade Estadual de Ponta Grossa, UEPG, Ponta Grossa, PR, Brasil.
Silva, A.G.C., Melo, M.S., & Parellada, C.I. (2006). Pinturas rupestres em abrigo sob rocha no sumidouro do rio Quebra-Perna, Ponta Grossa, Paraná. Publicatio UEPG. Ci. Exatas Terra, Ci. Agr.
Eng., 1, 23-31.
Silva, A.G.C., Parellada, C.I., & Melo, M.S. (2007). Pinturas rupestres do sítio arqueológico abrigo Usina São Jorge, Ponta Grossa, Paraná. Publicatio UEPG. Ci. Exatas Terra, Ci. Agr. Eng., 13, 25-33.
Souza, C.R.G., & Souza, A.P. (2002). O escarpamento estrutural Furnas na região S-SE do Brasil. In Winge, M. et al. (Eds), Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. (pp. 299-306). Brasília: CPRM.
Zalán, P.V., Wolff, S., Conceição, J.C.J, Marques, A., Astolfi, M.A.M., Vieira, I.S., ..., & Zanotto, O.A. (1990). Bacia do Paraná. In G.P.R. Gabaglia, & E.J. Milani. Origem e evolução de Bacias Sedimentares. 2. ed. (Cap. Bacia do Paraná. pp. 135- 168). Rio de Janeiro: Gávea.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Henrique Simão Pontes, Laís Luana Massuqueto, Alessandro Giulliano Chagas Silva, Karla Eduarda de Oliveira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial nesta revista. Os autores autorizam a distribuição para indexadores e repositórios institucionais, com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial nesta revista. Autores são estimulados a distribuir a versão on line do artigo (por exemplo, em repositórios institucionais ou em sua página pessoal), considerando que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e as citações do artigo publicado.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.