Eficácia dos antidepressivos na fibromialgia: uma análise crítica a partir de dados raramente encontrados nos artigos científicos
DOI:
https://doi.org/10.5212/publicatio%20uepg.v19i2.5601Palavras-chave:
Fibromialgia, Antidepressivos, NNT, NNHResumo
A fibromialgia (FM) corresponde a uma das doenças crônicas e incapacitantes mais prevalentes e estudadas na atualidade. Embora o número de suas pesquisas tenha crescido exponencialmente, muitos aspectos relacionados à etiologia, fisiopatologia, genética e terapêutica ainda permanecem incertos.
Estima-se que a prevalência é de 2% na população em geral, acometendo até 7.4 a 10% das mulheres com 40 a 60 anos. Embora sintomas como dor difusa, fadiga, distúrbios do sono sejam clássicos, abrange um amplo espectro de manifestações clínicas, inclusive doenças neuropsiquiátricas, como a depressão. A concomitância deste distúrbio de humor é presente em até 26.8-70% dos pacientes fibromiálgicos.
Desta forma, o objetivo deste estudo é analisar a eficácia dos antidepressivos no tratamento da FM. Foram analisados os ensaios clínicos randomizados e controlados (RCTs) existentes, utilizando as variáveis NNT (number needed to treat) e NNH (number needed to harm), e tamanho de efeito - coeficiente d de Cohen. Os cálculos envolveram questionários e escalas já validados na avaliação da fibromialgia.
Apenas três RCTs foram encontrados, envolvendo os seguintes fármacos: duloxetina (NNT = 7.9, d = 3.11); milnacipran (NNT = 6.3; d = - 5.87); moclobemida (NNT = 30; d = -0.15) e amitriptilina (NNT = 4; d = -0.05).
Por meio da análise dessas variáveis dificilmente encontradas em artigos científicos, notou-se a necessidade de que mais RCTs sejam conduzidos, e de que os pesquisadores demonstrem estes índices, a fim de que a utilização de tratamentos pouco eficazes e dispendiosos em pacientes acometidos por esta incômoda síndrome seja evitada.
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