Subalternidade e reparação – ações emancipatórias/autonomistas das elites políticas da vila/cidade de Campos dos Goytacazes (1820-1855)
DOI:
https://doi.org/10.5212/Rev.Hist.Reg.v.30.24954Palavras-chave:
câmara municipal; província; elites políticas locais.Resumo
Por se tratar de um rearranjo político-administrativo e territorial de repercussão nacional, a criação de uma nova província exigia uma complexa negociação política no parlamento brasileiro. Ao longo do século XIX, apenas duas experiências foram bem-sucedidas nesse sentido: a do Paraná e a do Amazonas. Nessa mesma ocasião, os “homens bons” da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, província do Rio de Janeiro, sustentaram a pretensão de que a sua cidade pudesse se transformar na capital de uma nova província. Este artigo analisa a trajetória política dessa proposta de criação da província de Goytacazes que não obteve o êxito esperado. Por fim, considera, então, como tal ambição, fruto da percepção da elite local sobre a defasagem entre a importância de seu município e o tratamento recebido das autoridades provinciais (Assembleia e Governo), esbarrava num contexto em que a cultura política liberal constitucional exigia novas redes de apoio e novas leituras do fazer político.
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