Ecos e Ressonâncias de controle e repressão na constituição de Elementos Identitários de descendentes de imigrantes no Rio Grande do Sul
Resumen
O processo de construção de identidade abarca diversos elementos que não são dados e acabados, ou delimitados por espaços físicos, antes estão em constantes construções e deslizamentos. Dessa forma, as identidades sociais são construídas no/a partir do discurso, não nascem com os sujeitos, mas acontecem na interação dos sujeitos em suas práticas discursivas. Neste sentido, objetiva-se refletir sobre a violência simbólica das práticas políticas do governo Vargas na constituição do imaginário de identidade brasileira, interditando a constituição de identidade de descendentes de imigrantes alemães no Rio Grande do Sul. Nesta perspectiva, na construção do imaginário de identidade, durante as décadas de 1930/1940, perpassam/ecoam controle e repressão nas vozes sociais e investigar essas vozes mobiliza uma série de questões políticas, posições ideológicas, exclusão social e objetos simbólicos. Para tanto, o referencial teórico está pautado nos estudos de Pêcheux (1997) e de Bahktin (2004) e o corpus de análise é composto de sequências discursivas retiradas do Decreto-Lei/1939 do Projeto de Nacionalização da Era Vargas e sequências discursivas de depoimentos de descendentes de imigrantes alemães. Com base nessa análise, percebe-se que as relações dialógicas de vozes presentes nessa construção imaginária de identidade, instituem posições sócio-axiológicas, determinam lugares sociais e ecoam vozes silenciadas.
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