Reavaliação de Oliveirania santa catharinae (sic) Maury 1927 e icnofósseis associados (Grupo Itararé, Carbonífero Tardio da Bacia do Paraná, Brasil)

Autores

  • Rafael Costa da Silva Serviço Geológico do Brasil, CPRM, Museu de Ciências da Terra, Rio de Janeiro, RJ https://orcid.org/0000-0002-5391-0775
  • Antonio Carlos Sequeira Fernandes Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ

Palavras-chave:

Pterichnus mauryae isp. nov., Formação Rio do Sul, Annelida, Crustacea, Paleozoico

Resumo

As camadas de Anitápolis (SC) foram objeto de expressivas discussões sobre idade e paleoambiente na primeira metade do século XX. Hoje são correlatas aos ritmitos do Grupo Itararé, mas alguns dos fósseis integrantes destes estudos não foram posteriormente revisados. É o caso de Oliveirania santa catharinae (sic) Maury 1927, espécie atribuída originalmente a anelídeos, e dos icnofósseis atribuídos a ela por associação. Os fósseis de Annelida foram aqui considerados como pseudofósseis de origem inorgânica. Os icnofósseis atribuídos a Oliveirania foram redescritos como uma icnoespécie nova, Pterichnus mauryae isp. nov., possivelmente relacionada à atividade de crustáceos. Esta é a primeira ocorrência de Pterichnus no Brasil e a mais antiga no mundo.

Referências

Balistieri, P.; Netto, R.G. & Lavina, E.L. (2002). Ichnofauna from the Upper Carboniferous-Lower Permian rhythmites from Mafra, Santa Catarina State, Brazil: ichnotaxonomy. Revista Brasileira de Paleontologia, 4: 13-26.

Beurlen, K. (1952). A idade geológica da Formação Anitápolis e considerações sobre Oliveirania Santa Catharinae. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 24(3): 273-279.

Carvalho, I.S. & Fernandes, A.C.S. (1989). A icnofauna gonduânica de Itu. In: SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DO SUDESTE, 1, Rio de Janeiro, 1989. Resumos... Rio de Janeiro, Sociedade Brasileira de Geologia, p. 15-16.

Gaillard, C.; Hantzpergue, P.; Vannier, J.; Margérard, J.A-L. & Mazin, J.-M. (2004). Isopod trackways from the Crayssac Lagerstätte, upper Jurassic, France. Paleontology, 48: 947-962.

CPRM. (2014). Mapa Geológico do Estado de Santa Catarina, 1:500.000. Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – Serviço Geológico do Brasil. Programa Geologia do Brasil. In: http://geosgb.cprm.gov.br/downloads/

d’Orbigny, A. (1842). Voyage dans l’Amérique méridionale (le Brésil, la République oriental de l’Uruguay, la République Argentine, la Patagonie, la République du Chili, la République de Bolivia, la République du Péron) exécuté pendant les annees 1826, 1827, 1829, 1830, 1831, 1832, et 1833. Pitois-Levrault (Paris), Levrault (Strasbourg), 3(4) (Paléontologie), 188 p.

Dias-Fabrício, M.E. & Guerra-Sommer, M. (1989). Síntese dos estudos icnológicos do Grupo Itararé no Rio Grande do Sul. Pesquisas, 22: 71-88.

Eyles, C.H.; Eyles, N. & França, A.B. (1993). Glaciation and tectonics in an active intracratonic basin: the Late Palaeozoic Itararé Group, Paraná Basin, Brazil. Sedimentology, 40: 1-25.

Fernandes, A.C.S.; Carvalho, I.S. & Netto, R.G. (1987). Comentários sobre os traços fósseis do paleolago de Itu, São Paulo. In: SIMPÓSIO REGIONAL DE GEOLOGIA, 6, Rio Claro, 1987. Atas..., Rio Claro, Sociedade Brasileira de Geologia, Núcleo São Paulo, v. 1, p. 297-311.

Fernandes, A.C.S.; Borghi, L.; Carvalho, I.S. & Abreu, C.J. (2002). Guia dos icnofósseis de invertebrados do Brasil. Rio de Janeiro: Interciência. 260 p.

Neto, R.G.M. (2005). Estágio atual da paleoartropodologia brasileira: hexápodes, miriápodes, crustáceos (Isopoda, Decapoda, Eucrustacea e Copepoda) e quelicerados. Arquivos do Museu Nacional, 63(3): 471-494.

Häntzschel, W. (1975). Trace fossils and problematica. In: Teichert, C. (ed.), Treatise of Invertebrate Paleontology, part W. Miscellanea, Suppl. 1. Lawrence: Geological Society of America and University of Kansas Press, 269 p.

Hitchcock, E. (1865). Supplement of the ichnology of New England. Boston: Wright & Porter, 96 p.

International Commission on Zoological Nomenclature. (1999). International code of zoological nomenclature. 4ª ed. https://www.iczn.org/, acessado entre 10 e 30 de novembro de 2020.

Lange, F.W. (1949). Polychaete Annelids from the Devonian of Paraná, Brasil. Bulletins of American Paleontology, 33: 1-71.

Leinz, V. & Barbosa, A.F. (1941). Mapa Geológico Caçapava – Lavras. Diretoria da Produção Mineral, Estado do Rio Grande do Sul, Boletim nº 90, 39p.

Lima, J.H.D.; Netto, R.G.; Corrêa, C.G. & Lavina, E.L.C. (2015). Ichnology of deglaciation deposits from the Upper Carboniferous Rio do Sul Formation (Itararé Group, Paraná Basin) at central-east Santa Catarina State (southern Brazil). Journal of South American Earth Sciences, 63: 137-148.

Lima, J.; Minter, N. & Netto, R. (2017). Insights from functional morphology and neoichnology for determining tracemakers: A case study of the reconstruction of an ancient glacial arthropod-dominated fauna. Lethaia, 50. 10.1111/let.12214.

Maack, R. (1947). Breves Notícias Sobre a Geologia dos Estados do Paraná e Santa Catarina. Arquivos de Biologia e Tecnologia, 2: 63-154.

Maury, C.J. (1927). Fósseis silurianos de Santa Catarina. Rio de Janeiro: Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil. Boletim 23, p. 1-15.

Minter N.J.; Braddy S.J. & Davis R.B. (2007). Between a rock and a hard place: arthropod trackways and ichnotaxonomy. Lethaia, 40: 365-375.

Minter, N.J.; Mángano, M.G. & Caron, J.-B. (2012). Skimming the surface with Burgess Shale arthropod locomotion: Proceedings of the Royal Society, Biological Sciences, 279(1): 1613-1620.

Nogueira, M.S. & Netto, R.G. (2001). Icnofauna da Formação Rio do Sul (Grupo Itararé, Permiano da Bacia do Paraná) na Pedreira Itaú-Itaúna, Santa Catarina, Brasil. Acta GeologicaLeopoldensia, 52/53: 397-406.

Petri, S. & Pires, F.A. (1992). O Subgrupo Itararé (Permocarbonífero) na região do médio Tietê, Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Geociências, 22(3): 301-310.

Petri, S. & Souza, P.A. (1993). Síntese dos conhecimentos e novas concepções sobre a bioestratigrafia do Subgrupo Itararé, Bacia do Paraná, Brasil. Revista do Instituto Geológico, 14(1): 7-18.

Pinto, I.D. (1990). A new Upper Carboniferous Paraplicopteran insect from South Brazil. Pesquisas, 17(1/2): 7-10.

Rocha-Campos, A.C. (1967). The Tubarão Group in the brazilian portion of Paraná Basin. In: Bigarella, J.J., Becker, R.D., Pinto, I.D. (Eds.), Problems in Brazilian Gondwana Geology. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, p. 27-102.

Schneider, R.L.; Muhlmann, H.; Tommazi, E.; Medeiros, R.A.; Daemon, R.F. & Nogueira, A.A. (1974). Revisão estratigráfica da Bacia do Paraná. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 27, Porto Alegre, 1974. Atas... Porto Alegre, Sociedade Brasileira de Geologia, p. 41-66.

Silva, R.C.; Fernandes, A.C.S. & Sedor, F.A. (2003). Ocorrência de icnofósseis de invertebrados na formação Irati (Permiano superior da Bacia do Paraná, Brasil). Arquivos do Museu Nacional, 61(4): 261-266.

Silva, R.C. & Fernandes, A.C.S. (2019). Revisão dos rastos de Oliveirania santa catharinae [sic] Maury 1927, Grupo Itararé, Permiano Inferior da Bacia do Paraná. Paleontologia em Destaque, Edição Especial, outubro de 2019, Boletim de Resumos do XXVI Congresso Brasileiro de Paleontologia, p. 275.

Souza, P.A. (2006). Late Carboniferous palynostratigraphy of the Itararé Subgroup, northeastern Paraná Bain, Brazil. Review of Palaeobotany and Palynology, 138: 9-29.

Uchman, A.; Gaździcki, A. & Błażejowski, B. (2018). Arthropod trace fossils from Eocene cold climate continental strata of King George Island, West Antarctica. Acta Palaeontologica Polonica, 63(2): 383-396.

Downloads

Publicado

2021-12-23

Como Citar

COSTA DA SILVA, R.; FERNANDES, A. C. S. Reavaliação de Oliveirania santa catharinae (sic) Maury 1927 e icnofósseis associados (Grupo Itararé, Carbonífero Tardio da Bacia do Paraná, Brasil). Terr@ Plural, [S. l.], v. 15, p. 1–17, 2021. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/tp/article/view/17741. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático Palaios 20 anos – Paleontologia Estratigráfica