Democracia, epistocracia e o papel da inteligência artificial na melhoria das decisões democráticas
DOI:
https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.20.25481.061Resumo
Este artigo examina criticamente os desafios epistêmicos das democracias contemporâneas e propõe o uso ético da inteligência artificial (IA) como meio de fortalecer práticas democráticas informadas, alinhando-as a certos ideais da epistocracia. Partindo da crítica clássica de Platão à democracia e da defesa contemporânea da epistocracia por autores como Jason Brennan, discutem-se as limitações cognitivas que afetam a qualidade das decisões políticas, incluindo ignorância racional, polarização, vieses cognitivos e desinformação, e como elas prejudicam tanto a legitimidade quanto a eficácia dos governos eleitos. Em vez de adotar uma epistocracia elitista e excludente, defende-se aqui uma democracia mais informada, capaz de conjugar o ideal democrático de igualdade com o acesso ampliado e assistido ao conhecimento relevante para a deliberação política. A IA é apresentada como possível aliada nesse esforço, funcionando como infraestrutura de capacitação. O artigo também analisa criticamente os riscos da IA, incluindo viés algorítmico, manipulação informacional e reprodução de desigualdades, defendendo uma abordagem atenta às consequências normativas desse tipo de tecnologia. Por fim, sustenta-se que uma democracia mais justa e informada só será possível se tecnologias como a IA forem concebidas como ferramentas de justiça epistêmica, orientadas não à substituição, mas ao fortalecimento do julgamento político autônomo dos cidadãos.
Palavras-chave: Democracia. Epistocracia. Inteligência artificial.
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