Rumo a uma docência libertadora

Autores

  • Ignácio Martín-Baró

DOI:

https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.21.25822.003

Resumo

Neste artigo, o psicólogo social salvadorenho realiza uma análise crítica sobre o papel da docência universitária na reprodução e possível superação das estruturas de dominação vigentes na América Latina. Ao examinar os aspectos técnicos e institucionais da Educação Superior, sustenta que, quando desvinculada de sua função social e política, a prática docente torna-se alienada, servindo à manutenção de interesses externos à classe trabalhadora. Nessa condição, reforça o conformismo intelectual, as hierarquias e a dependência cultural. Em contraposição, Martín-Baró propõe uma docência libertadora, pautada na autonomia, na criticidade e no compromisso ético-político, fundamentada na diversidade didática e na participação social. Tal pedagogia deve articular o ensino, a pesquisa e a extensão à formação orgânica dos estudantes e, ao mesmo tempo, às demandas concretas dos povos latino-americanos. O autor conclui que transformar a docência exige mais que ajustes metodológicos: requer revolucionar as estruturas institucionais e reconhecer a dimensão política do ato educativo, fazendo da universidade um lócus de fomento à emancipação da classe trabalhadora.

Palavras-chave: Docência. Universidade. Alienação. América Latina. Psicologia da Libertação.

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Biografia do Autor

Ignácio Martín-Baró

Ignacio Martín-Baró (1942-1989) foi um psicólogo social e jesuíta espanhol radicado em El Salvador. Considerado o principal expoente da Psicologia da Libertação, ele defendeu uma psicologia comprometida com a transformação social e com a realidade latino-americana, denunciando o papel da ciência psicológica na manutenção do imperialismo e da opressão sobre os povos da América Latina. De 1967 até sua morte, atuou como docente, pesquisador e vice-reitor da Universidade Centro-Americana “José Simeón Cañas” (UCA). Foi assassinado em 1989, durante um massacre na universidade, perpetrado por tropas do exército salvadorenho. Neste artigo, publicado em 1972, Martín-Baró propõe uma reflexão sobre a docência em um contexto universitário marcado pelo elitismo, pelo ensino acrítico e tecnicista, bem como o imperialismo político e científico.

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Publicado

2025-12-01

Como Citar

MARTÍN-BARÓ, I. Rumo a uma docência libertadora. Práxis Educativa, [S. l.], v. 21, p. 1–14, 2025. DOI: 10.5212/PraxEduc.v.21.25822.003. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/praxiseducativa/article/view/25822. Acesso em: 5 dez. 2025.

Edição

Seção

Tradução