Os conceitos de campo e habitus em Pierre Bourdieu e sua (possível) aplicação à Política Educacional
DOI:
https://doi.org/10.5212/retepe.v.4.005Resumo
Resumo: O presente artigo dedica-se a demonstrar a possível aplicabilidade dos conceitos de habitus e campo, cunhados pelo sociólogo Pierre Bourdieu, à pesquisa em educação, em particular, àquela voltada para a política educacional no Brasil. Trata-se de um estudo teórico-epistemológico, que tanto possui características de análise bibliográfica, como também de pesquisa aplicada, na medida em que pretende interagir com as principais correntes de estudos epistemológicos da política pública, em especial, a educacional e com algumas das políticas recentes que se deram em nível nacional. Buscou-se situar o campo da política educacional brasileira a partir de um modelo tridimensional de análise, em que tanto agentes quanto estruturas – e também trajetórias – possam encontrar lugar em uma nova técnica de apreensão dos movimentos do campo educacional. Concluiu-se que a práxis política é entrecortada pelas condições dos agentes e, com isso, a própria compreensão epistemológica da política educacional depende de variáveis muitas vezes intangíveis, na medida em que são condicionadas pelo campo e pelo habitus.
Palavras-chave: Pierre Bourdieu. Pesquisa Educacional. Política Educacional.
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