Territorialidades simbólicas em um terreiro de candomblé: a morfologia de um espaço sagrado

Autores

Palavras-chave:

Território, Religião, Geossímbolo, Microterritorialidade, Significado

Resumo

Este trabalho evidencia territorialidades simbólicas de um terreiro de candomblé com dimensões espaciais fluídas, situado na cidade de Cajazeiras, Paraíba. As vivências partem da pesquisa de campo de cunho etnográfico realizada entre janeiro e abril de 2020. Delineamos a morfologia do espaço sagrado representado por geossímbolos e seus significados, que remetem à mitologia dos òrìṣà africanos, resgatados no terreiro. Descrevemos ainda, na perspectiva da microterritorialidade de Costa (2017), geossímbolos fora do terreiro, acessados eventualmente por ocasião ritual, revelando uma extensão simbólica do território que transgride determinações previamente construídas e constrói novos espaços identitários.

Referências

Angrosino, M. (2009). Etnografia e observação participante. Porto Alegre: Artmed.
Bachelard, G. (1978). A poética do espaço (Os Pensadores). São Paulo: Abril Cultural.
Bellah, R. N. (1976). A Religião Civil na América. Diálogo, 9(2), 14-22.
Beniste, J. (2014). Ọ̀run - Àiyé: O encontro de dois mundos: O sistema de relacionamento nagô-yorubá entre o céu e a Terra (11a ed.). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Beniste, J. (2020). Dicionário yorubá-português (5a ed.). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Birman, P. (2011). Percursos afro e conexões sociais: Negritude, pentecostalismo e espiritualidades. In F. Teixeira, R. Menezes (Orgs.). As religiões no Brasil: Continuidades e rupturas (2a ed., pp. 189-205). Petrópolis, RJ: Vozes.
Bonnemaison, J. (1992). Le territoire enchanté: Croyances et territorialités en Mélanésie. Géographie et cultures, (3), 71-88. Recuperado de https://bit.ly/325bFW8. doi: 10.4000/gc.6918.
Bonnemaison, J. (2012). Viagem em torno do território. In R. L. Corrêa, Z. Rosendahl (Orgs.). Geografia cultural: Uma antologia (Vol. 1, pp. 279-303). Rio de Janeiro: EdUERJ.
Borges, L. M., Caputo, S. G., Oliveira, R. N. de. (2016). A organização geográfica do terreiro de candomblé contribuindo para ensino da geografia. Entreideias, 5(2), 79-94. Recuperado de https://bit.ly/35xzvJJ.
Chizzotti, A. (2010). Pesquisa em ciências humanas e sociais (11a ed.). São Paulo: Cortez.
Corrêa, A. M. (2006). O terreiro de candomblé: Uma análise sob a perspectiva da geografia cultural. Textos escolhidos de cultura e arte populares, 3(1), 51-62. Recuperado de https://bit.ly/3clR2Hy.
Corrêa, R. L. (2007). Formas simbólicas e espaço: algumas considerações. Aurora Geography Journal, 1(1), 11-19. Recuperado de https://bit.ly/3c3BgjA.
Corrêa, R. L. (2009). Sobre a geografia cultural. Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, 1-9. Recuperado de https://bit.ly/37Ufm3n.
Corrêa, R. L., Rosendahl, Z. (2005). A geografia cultural no Brasil. Revista da ANPEGE, 2(2), 97-102. Recuperado de https://bit.ly/2KYsXOb. doi: 10.5418/RA2005.0202.0008.
Corrêa, R. L., Rosendahl, Z. (2008). A geografia cultural brasileira: uma avaliação preliminar. Revista da ANPEGE, 4(4), 73-88. Recuperado de https://bit.ly/2LfFgCo. doi: 10.5418/RA2008.0404.0005.
Costa, B. P. da. (2017). Microterritorializações e microterritorialidades urbanas. Terr@ Plural, 11(1), 10-30. Recuperado de https://bit.ly/38DGbrL. doi: 10.5212/TerraPlural.v.11i1.0001.
Geertz, C. (2001). Nova luz sobre a antropologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Geertz, C. (2017). A interpretação das culturas (1a ed., reimpr.). Rio de Janeiro: LTC.
Giumbelli, E. (2011). Crucifixos invisíveis: polêmicas recentes no Brasil sobre símbolos religiosos em recintos estatais. Anuário Antropológico (1), 77-105. Recuperado de https://bit.ly/2AYIEzD. doi: 10.4000/aa.1019.
Góis, A. J. (2014). A geografia religiosa dos terreiros de candomblé de Contagem, Minas Gerais. Interações, 8(14), 348-361. Recuperado de https://bit.ly/2LbYGs5. doi: 10.5752/P.1983-2478.2013v8n14p348.
Heidrich, Á. L. (2016). Método e metodologias na pesquisa das geografias com cultura e sociedade. In Á. L. Heidrich, C. L. Z. Pires (Orgs.). Abordagens e práticas da pesquisa qualitativa em geografia e saberes sobre espaço e cultura (pp. 15-33). Porto Alegre: Editora Letra1.
Husserl, E. (1996). Investigações lógicas – Sexta investigação (Os Pensadores). Nova Cultural: São Paulo.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (n.d.). IBGE cidades@. Recuperado de https://bit.ly/2TgpIma.
Maggie, Y. (2001). Guerra de Orixá: Um estudo de ritual e conflito (3a ed.). Rio de Janeiro: Zahar.
Merleau-Ponty, M. (2018). Fenomenologia da percepção (5a ed.). São Paulo: WMF Martins Fontes.
Moura, J. L. P. de. (2019). A geografia do sagrado nos terreiros de candomblé ketu. África e Africanidades (29), 1-15. Recuperado de https://bit.ly/2W0zOtq.
Pierucci, A. F. (2011). Ciências sociais e religião – A religião como ruptura. In F. Teixeira, R. Menezes (Orgs.). As religiões no Brasil: Continuidades e rupturas (2a ed., pp. 17-34). Petrópolis, RJ: Vozes.
Póvoas, R. C. (2011). Da porteira para fora: Mundo de preto em terra de branco (1a ed., reimpr.). Ilhéus: Editus.
Prandi, R. (2004). O Brasil com axé: Candomblé e umbanda no mercado religioso. Estudos Avançados, 18(52), 223-238. Recuperado de https://bit.ly/2SYHfPY. doi: 10.1590/S0103-40142004000300015.
Reina, M. L. (2017). Pentecostalismo e questão racial no Brasil: desafios e possibilidades do ser negro na igreja evangélica. Plural, 24(2), 253-275. Recuperado de https://bit.ly/3brREd3. doi: 10.11606/issn.2176-8099.pcso.2017.143005.
Rosendahl, Z. (1995). Geografia e Religião: Uma proposta. Espaço e Cultura (1), 45-74. Recuperado de https://bit.ly/2L7vp1s. doi: 10.12957/espacoecultura.1995.3481.
Sack, R. D. (1986). Human territoriality: Its theory and history. London: Cambridge University Press.
Silva, V. G. da. (2006). O antropólogo e sua magia: Trabalho de campo e texto etnográfico nas pesquisas antropológicas sobre as religiões afro-brasileiras (2a ed.). São Paulo: EdUSP.
Tfouni, F. E. V. (2008). Interdito e o silêncio: Duas abordagens do impossível na linguagem. Linguagem em (Dis)curso, 8(2), 353-372. Recuperado de https://bit.ly/2YNTL8p.

Downloads

Publicado

2022-02-16

Como Citar

SANTOS, M. da S.; COSTA, O. J. L. Territorialidades simbólicas em um terreiro de candomblé: a morfologia de um espaço sagrado. Terr@ Plural, [S. l.], v. 16, p. 1–20, 2022. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/tp/article/view/17265. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos