FORTALEZAS E DESAFIOS DE UM PROGRAMA UNIVERSITÁRIO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA O ENVELHECIMENTO

Jordelina Schier
Flora Moritz da Silva
Objetiva refletir sobre as fortalezas e desafios de um programa universitário de educação permanente para o envelhecimento no sul do país. Utilizou-se a pesquisa documental e bibliográfica para identificar a história do Programa, referencial teórico e metodológico e ações de educação permanente desenvolvidas com idosos da comunidade. O Programa, desde 1982, consolida-se por meio da participação proativa de professores e idosos nas atividades oferecidas e nas lutas e conquistas acerca da velhice. Considerado um dos maiores Programas de extensão da Universidade, ofereceu mais de 1500 vagas em 2015, com ampla diversidade de atividades, norteado pelo referencial teórico da educação participativa e permanente. Refletiu-se que os principais pontos fortes são: resgate da autoestima dos participantes, valorização do conhecimento das pessoas, construção participativa, clareza do referencial, formação de agentes multiplicadores do conhecimento, prática indissociável do ensino, pesquisa e extensão, e o potencial para trabalhar com idosos numa universidade que assume seu compromisso social. A dependência de voluntários é uma fortaleza do programa, e um desafio para a gestão. Os maiores desafios estão atrelados a conquista dos espaços institucionais e a autonomia de recursos. A inexistência de uma política específica de estruturação da educação gerontológica em universidades desafia a autonomia administrativa. Conclui-se que as fortalezas do Programa superam seus desafios, e que o mesmo vem cumprindo sua função nos âmbitos educacional, social e político, sendo promotor e difusor de inovações sociais.

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Caderno Temático

FORTALEZAS E DESAFIOS DE UM PROGRAMA UNIVERSITÁRIO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA O ENVELHECIMENTO

STRENGTHS AND CHALLENGES OF A UNIVERSITY PROGRAM OF PERMANENT EDUCATION FOR AGING

FORTALEZAS Y DESAFÍOS DE UN PROGRAMA UNIVERSITARIO DE EDUCACIÓN PERMANENTE PARA EL ENVEJECIMIENTO

Jordelina Schier
Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil
Flora Moritz da Silva
Universidade Federal Santa Catarina, Brasil

FORTALEZAS E DESAFIOS DE UM PROGRAMA UNIVERSITÁRIO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA O ENVELHECIMENTO

Olhar de Professor, vol. 19, núm. 2, 2016

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Recepção: 10 Agosto 2016

Aprovação: 10 Novembro 2016

Resumo: Objetiva refletir sobre as fortalezas e desafios de um programa universitário de educação permanente para o envelhecimento no sul do país. Utilizou-se a pesquisa documental e bibliográfica para identificar a história do Programa, referencial teórico e metodológico e ações de educação permanente desenvolvidas com idosos da comunidade. O Programa, desde 1982, consolida-se por meio da participação proativa de professores e idosos nas atividades oferecidas e nas lutas e conquistas acerca da velhice. Considerado um dos maiores Programas de extensão da Universidade, ofereceu mais de 1500 vagas em 2015, com ampla diversidade de atividades, norteado pelo referencial teórico da educação participativa e permanente. Refletiu-se que os principais pontos fortes são: resgate da autoestima dos participantes, valorização do conhecimento das pessoas, construção participativa, clareza do referencial, formação de agentes multiplicadores do conhecimento, prática indissociável do ensino, pesquisa e extensão, e o potencial para trabalhar com idosos numa universidade que assume seu compromisso social. A dependência de voluntários é uma fortaleza do programa, e um desafio para a gestão. Os maiores desafios estão atrelados a conquista dos espaços institucionais e a autonomia de recursos. A inexistência de uma política específica de estruturação da educação gerontológica em universidades desafia a autonomia administrativa. Conclui-se que as fortalezas do Programa superam seus desafios, e que o mesmo vem cumprindo sua função nos âmbitos educacional, social e político, sendo promotor e difusor de inovações sociais.

Palavras-chave: Universidades, Extensão comunitária, Educação permanente, Envelhecimento, Universities, Community extension, Permanent education, Aging.

Abstract: It aims to reflect on the strengths and challenges of a university program of lifelong education for aging in the South of the country. Documentary and bibliographical research was used to identify the history of the Program, theoretical and methodological reference, and ongoing education actions developed with community elders. Since 1982, the program has been consolidated through the proactive participation of teachers and elders in activities offered and the struggles and achievements about old age. Considered one of the largest Extension Programs of the University, it offered more than 1,500 places in 2015, with a wide diversity of activities, guided by the theoretical reference of participatory and permanent education. The main strengths are: recovery of the participants' self-esteem, enhancing the knowledge of the people, participatory construction, referential clarity, formation of multiplier agents of knowledge, inseparable practice of teaching, research and extension, and the potential to work with a university that assumes its social commitment. Dependence on volunteers is a strength of the program, and a challenge for management. The greatest challenges are linked to the achievement of institutional spaces and the autonomy of resources. The lack of a specific policy of structuring gerontological education in universities challenges administrative autonomy. It is concluded that the strengths of the Program overcome its challenges, and that it has fulfilled its function in the educational, social and political spheres, being promoter and diffuser of social innovations.

Resumen: El texto tiene por objetivo reflejar las fortalezas y desafíos de un programa universitario de educación permanente para el envejecimiento en el sur del país. Se usó la investigación documental y bibliográfica para identificar la historia del Programa, marco teórico-metodológico y las acciones de educación permanente desarrolladas con los ancianos de la comunidad. El Programa, desde 1982, se consolidó por medio de la participación proactiva de profesores y mayores en las actividades ofrecidas y en las luchas y conquistas acerca de la vejez. Considerado como uno de los mayores Programas de extensión de la Universidad, ofreció más de 1500 vacantes en el 2015, con una amplia diversidad de actividades, norteado por el referencial teórico de la educación participativa y permanente. Los puntos más fuertes son el rescate de la autoestima de los participantes, la valorización del conocimiento de las personas, la construcción participativa, la claridad del referencial, la formación de agentes multiplicadores del conocimiento, la práctica indisociable de la enseñanza, la investigación y extensión y el potencial para trabajar con adultos mayores en una universidad que asume su compromiso social. La dependencia de voluntarios es una fortaleza del programa y un desafío para su gestión. Los mayores desafíos están unidos a la conquista de los espacios institucionales y a la autonomía de los recursos. La inexistencia de una política específica de estructuración de la educación gerontológica en las universidades desafía a la autonomía administrativa. Se concluye que las fortalezas del Programa superan sus desafíos y que el mismo está cumpliendo su función en los ámbitos educacional, social y político, siendo promotor y difusor de las innovaciones sociales.

Palabras clave: Universidades, Extensión comunitaria, Educación permanente, Envejecimiento.

Introdução

O cenário populacional brasileiro vem mudando rapidamente, no século XX conquistou-se significativa longevidade e, atualmente, o grande desafio é a conquista de meios que propiciem qualidade de vida para todos, independentemente da idade, porém com um olhar qualificado para o envelhecimento; visto que a estimativa é de que nos próximos 20 anos o número de idosos triplique no Brasil (IBGE, 2010). A síntese de indicadores sociais divulgados pelo IBGE, em 2013, mostrou um cenário que merece reflexão do ponto de vista educacional, haja vista o grande percentual de idosos ativos (85%) e de domicílios brasileiros com a participação dos idosos na composição da renda total familiar (53%). Outro dado que chamou a atenção foi o percentual de 84,3% de idosos residentes em áreas urbanas e de 14,8% de pessoas idosas vivendo sozinhas e, muitas delas, com mais de uma doença crônica diagnosticada. O IBGE também revelou que 6% dos idosos são dependentes para as atividades da vida diária e menos de 1% vive em instituições asilares (IBGE, 2013). Tal estatística remete-nos a necessidade de efetivação de políticas públicas que atendam a essa parcela populacional ainda desprovida de recursos acessíveis e serviços factíveis.

“Um velho Brasil: com uma taxa de sobrevivência cada vez maior, idosos brasileiros ainda enfrentam muitos obstáculos na sua caminhada em busca de uma melhor qualidade de vida”, foi a manchete da Revista Plenitude (2010) em outubro, cuja reflexão diz que apesar da conquista da longevidade, o País precisa resolver como tratar melhor os seus idosos.

A educação é um fator importante para desenvolver meios que possam propiciar melhores condições de vida de um povo. Desse modo, a extensão universitária, junto à comunidade, configura-se numa possibilidade de inserção do idoso em um espaço educacional não formal, que visa à integração social, à aquisição de conhecimentos, à elevação da autoestima, à valorização pessoal, ao conhecimento dos direitos e deveres e ao exercício pleno da cidadania.

Os programas de educação permanente para o envelhecimento, que podem ser desenvolvidos em universidades, apresentam especificidade no atendimento pedagógico com/ao idoso, o qual se difere da criança, do jovem e do adulto. Sabe-se que a educação ou o aprender para o idoso tem outro sentido e objetivo que diferem da obtenção de certificação formal, e sim para estabelecer canais de comunicação com a sociedade. A educação permanente é um caminho de reintegração social, dado que a perda de papéis e funções pode levar a pessoa idosa à atuação social reduzida e ao isolamento.

Sendo assim, a educação para o envelhecimento com pessoas idosas visa a ampliar a perspectiva dos participantes do processo pedagógico tendo em conta a historicidade e a necessidade de aprendizagem deste público específico; tal processo prima por uma metodologia interdisciplinar que envolve prioritariamente os sentidos da pessoa, como possibilidade de favorecer a assimilação do conhecimento e a apropriação dos recursos culturais e tecnológicos, em todos os segmentos sociais.

Nesse contexto, surge o Núcleo de Estudos da Terceira Idade da Universidade Federal de Santa Catarina (NETI/UFSC), como um equipamento educativo e social, que se propõe a trabalhar com educação para o envelhecimento dentro da Universidade. A concepção de educação Paulo Freire permeia o referencial teórico e metodológico do Núcleo, que busca reinventar a escola como um espaço de debate, de tomada de decisões, de construção do conhecimento e da cultura, de sistematização de experiências e de participação popular.

O NETI é reconhecido pelo pioneirismo como Universidade da Terceira Idade no Brasil; e pela visão futurista, pois foi criado em 1982, quando o envelhecimento populacional ainda não gerava demandas que representasse um problema para o país (6% da população total).

Atualmente, há diversas pesquisas que demonstram que os programas para a terceira idade dentro de universidades são relevantes para a sociedade como um todo. Estudos apontam a possibilidade de tais programas serem centros de atividades e integração social da pessoa idosa que proporcionam oportunidades relacionadas à quebra de estereótipos e manutenção da autonomia e cidadania, além de a possibilidade de desenvolvimento de pesquisas científicas na área da gerontologia. (DAL RIO, 2009; DEBERT, 1996; FRUTUOSO, 1999; SIMONEAU; OLIVEIRA, 2011; VERAS; CALDAS, 2004). Com o aumento da proporção de idosos em relação aos jovens, a visão que a sociedade tem do idoso e a que o idoso tem de si próprio não pode ser limitada a um caráter assistencialista. É importante a compreensão de que a maturidade é mais um estágio do desenvolvimento humano, no qual é possível traçar projetos e continuar se desenvolvendo. Tal ideia relaciona-se ao princípio da educação permanente no qual se compreende que “o homem aprende desde que nasce até que morre.” (CACHIONI et al., 2015, p. 84).

Nessa perspectiva, este trabalho tem por objetivo refletir sobre as fortalezas e os desafios de um programa universitário de educação permanente para o envelhecimento, com mais de três décadas de história e que, segundo Cachioni (2003), destaca-se no panorama brasileiro, tendo em vista que inspirou outros programas no país. O presente estudo foi realizado a partir de uma pesquisa documental e bibliográfica que buscou identificar a história, o referencial teórico e metodológico do Programa e suas ações de educação permanente desenvolvidas com idosos da comunidade. Tais informações foram coletadas, sobretudo, no site oficial do NETI/UFSC e em um estudo de caso publicado sobre o referido Núcleo (SILVA, 2013), sendo primordiais para a reflexão teórica acerca das fortalezas e desafios do Programa pioneiro e visionário desenvolvido em uma universidade federal.

Uma visão de longo prazo: o início de tudo

No início da década de 80, pouco se falava de trabalhar com o idoso na perspectiva da educação permanente nas universidades brasileiras, e foi preciso muita disposição e luta para implantar um trabalho deste tipo na instituição. Ainda assim, uma das fundadoras do NETI declara não considerar que foi muito difícil, mas sim, que demandou muito trabalho. (SILVA, 2013). O encontro de uma Professora enfermagem e uma Professora do Serviço Social que se deparam e lutaram por um propósito em comum, culminou na criação do Programa em portaria oficial no ano de 1983, mas desde 1981 as ideias já eram defendidas na Reitoria.

Ambas as professoras já trabalhavam com idosos. Uma delas era amiga de Marcelo Salgado, assistente social do SESC em São Paulo que estagiou na França, país do qual trouxe seu aprendizado para instalar a primeira escola brasileira aberta da terceira idade no SESC/SP, que posteriormente se expandiu pelos SESC do país, mas que não existia em universidades. Assim, as professoras decidiram criar um Programa semelhante ao que na França se chamava “Universidade Aberta da Terceira Idade”, mas optaram por um nome diferente, que sendo aberto à comunidade, no sentido de não necessitar de vestibular para ingresso, começou como uma atividade de extensão. (SILVA, 2013).

Desde o início, o papel do voluntariado foi importante para as conquistas graduais que o Programa galgou. No início, não havia um espaço específico para suas atividades, que eram alocadas aonde se conseguia um lugar. Naquela época, a maioria das instituições para idosos eram ILPI e a criação e estabelecimento do Programa em uma universidade federal contribuiu com a discussão sociopolítica da questão do idoso, encabeçando algumas conquistas e sempre prezando pela participação do idoso em seus projetos. (RLG, 2004).

No ano de 1982 as duas professoras realizaram um levantamento dos anseios dos idosos da universidade e seu entorno. Pela persistência dos voluntários, que seriam seus futuros alunos o Programa se estabeleceu, fruto de ação conjunta das professoras e comunidade. (GUEDES, 1997; RLG, 2004). As fundadoras sempre buscaram articulações com outras áreas além das suas de origem, com a perspectiva da interdisciplinaridade. Destaque-se a educação como uma das primeiras articulações de sucesso, esta que deu o tom que até hoje perpetua no Programa: o enfoque educativo. No ano de 1984 as atividades de educação permanente começaram, e em 1986, os cursos de extensão à comunidade. (RLG, 2004).

Pró-ativo com a questão social da velhice, o Programa antecipou-se ao MEC sugerindo que a universidade oferecesse cadeiras relacionadas à gerontologia em alguns cursos da graduação. Em 1989 surge o Grupo de Estudos em Gerontologia, influenciando o Curso de Formação de Monitores da Ação Gerontológica (CFMAG) no ano seguinte. Em 1991 é criado o curso de Pós-Graduação em Gerontologia lato sensu. Neste mesmo ano o Programa registra sua primeira participação como membro no Conselho Estadual do Idoso, órgão no qual tem assento até hoje, representando a universidade.

Apesar da influência do modelo francês, o Programa é uma adaptação de modelos existentes, visto que para o desenvolvimento do Núcleo foi preciso compreender e adaptar-se ao contexto local.

Atualmente, o Programa conta com um prédio próprio, não suficiente para todas as suas atividades, mas um reflexo das conquistas graduais, iniciado pelo “trabalho de formiguinha” de suas fundadoras. (SILVA, 2013, p. 120).

Desde sua fundação, o Programa passou por quatro coordenadoras, todas com formação e experiência no trabalho com o idoso. A atual gestão, que atua desde 2011 trabalha junto a um comitê assessor para estabelecer estratégias e parcerias, tendo em vista a consolidação de ações político-pedagógicas.

Em 2015 o Programa contabilizou 1513 vagas para pessoas a partir de 50 anos de idade distribuídas em diferentes áreas, tais como ação gerontológica, arte e cultura, cidadania e meio ambiente, cognição e memória, informática, línguas, psicologia e saúde. Todas as ações incluem pessoas em processo de envelhecimento, produção de conhecimento gerontológico e formação profissional, as quais são fomentadas por parcerias intra e interinstitucionais que resultam numa rede grandiosa e complexa de interações socioeducativas, bem como a real prática da indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão, princípio ao qual as universidades brasileiras devem obedecer. (BRASIL, 1988).

Descrição do Programa Neti/Ufsc

O NETI, considerado o maior programa de extensão da UFSC, desenvolve ações socioeducativas com pessoas da comunidade (alunos com idade a partir de 50 anos), visando atualização e inserção social, por meio de cursos, oficinas, grupos e projetos.

Muitas atividades desenvolvidas no Núcleo vêm de longa data e seguem sendo ofertadas de modo contínuo e em articulação com outras Unidades da UFSC, cada qual seguindo sua metodologia própria, mas sem perder de vista o referencial que conduz suas ações, segundo o projeto político-pedagógico.

As mais de 1500 vagas ocupadas no ano de 2015 beneficiaram diretamente 819 alunos, distribuídos num diversificado rol de cursos e oficinas, totalizando 65 turmas em andamento. Além das atividades, também foram desenvolvidos nove grupos/projetos com a aplicação de tecnologias leves educativas e cuidativas, com vistas à promoção do envelhecimento ativo e saudável. A prática pedagógica do Núcleo incentiva a participação responsável da pessoa idosa no contexto universitário e na comunidade, por meio do intercâmbio comunitário em práticas gerontológicas, onde o idoso é o multiplicador da ação.

Além da atuação direta com o público idoso, o NETI também se configura num laboratório de ensino e pesquisa, oferecendo curso de especialização lato sensu e como referência e campo para estudos de graduação e pós-graduação.

O referencial teórico metodológico do NETI tem como fundamentos os conceitos gerontológicos, a educação participativa e a educação permanente.

Os princípios norteadores das ações do programa são espelhados no conceito de educação participativa de Paulo Freire (1989,1999): acredita que o ser humano tem a possibilidade de aprender durante toda sua existência; que a valorização da pessoa idosa se concretiza no reconhecimento das suas potencialidades e no seu engajamento responsável e participativo na sociedade, sendo o agente de interação e transformação das questões sociais; e que o homem é um ser histórico que se realiza no mundo. (SCHIER et al., 2013).

A educação permanente desenvolvida com pessoas idosas visa, principalmente, à descoberta de potencialidades e habilidades; buscando desenvolver ações que evidenciem o protagonismo da pessoa idosa como mola propulsora para o viver pleno, com dignidade e autorrealização.

Os Quatros Pilares da Educação Permanente descritos no Relatório da UNESCO “Educação para o Século XXI – um tesouro a descobrir” (DELORS, 2000), orientam que a educação é uma experiência coletiva, desenvolvida ao longo de todo o percurso vital, alicerçando-se em quatro grandes diretrizes, quais sejam:

  1. a. Aprender a conhecer: é necessário tornar apelativo o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento, valorizando a curiosidade, a autonomia e a atenção, de forma a aprender a pensar, a construir o novo e a reinventar o pensar.

    b. Aprender a fazer: não basta preparar-se profissionalmente para o mercado de trabalho, há que estar atento, à evolução de cada profissão, a competência profissional, que torna a pessoa apta a enfrentar novas situações de emprego é fundamental para fomentar o trabalho em equipe, em rede, a mediação de conflitos e a flexibilidade.

    c. Aprender a viver juntos: no mundo contemporâneo, a tendência é a valorização de quem aprende a viver em comunidade, a compreender e a mediar com os outros, a desenvolver a percepção da independência, a participar em projetos comuns, a promover a cidadania.

    d. Aprender a ser: é importante desenvolver a sensibilidade, a ética, a responsabilidade pessoal, o pensamento autônomo e crítico. (CACHIONI; PALMA, 2006).

    e. Tendo em vista a ideia de educação permanente, é importante no contexto do Núcleo, trazer esse conceito para o trabalho com as pessoas idosas. Neste sentido, é trazida a reflexão de que as atividades visam estimular as pessoas idosas para a descoberta de potencialidades, atitudes proativas no viver, socialização do conhecimento e experiências de vida e, sobretudo, uma nova forma de perceber o mundo/de ser e agir no mundo.

Teoricamente, o NETI busca aplicar os conceitos de empoderamento e emancipação da pessoa idosa, por meio do desenvolvimento da autonomia e do protagonismo, sem perder de vista a interdependência que reúne as pessoas em grupos e redes sociais. Na prática, tais conceitos se concretizam em ações nas quais o sujeito é o agente multiplicador de conhecimentos, cidadão em pleno exercício, empreendedor de projetos de vida e de autorrealização, ou seja, o autor que transforma a sua própria realidade e seu entorno.

Fortalezas e desafios

Os pontos fortes já destacados promovidos pelas universidades abertas para a terceira idade, como a melhora da autoestima, e integração social, logo, a melhora do nível de qualidade de vida, são reconhecidos e relatados por muitos dos que frequentam o NETI.

Silva (2013) utiliza relatos de diferentes atores do Programa, como representantes estudantis e pessoas que trabalham ou trabalharam em pontos estratégicos no NETI para identificar algumas questões cruciais, tais como “abrir as portas para que as pessoas se integrem” (SILVA, 2013, p. 141), a valorização das ideias dos participantes, a visível transformação de pessoas, que são ouvidas, e por isso compreendem que têm voz.

Ao compreender claramente seu norte, relacionado aos pilares da educação, o Núcleo congrega pessoas e mantém seus princípios. Uma questão interessante do Programa é a forma que sua estrutura foi conquistada desde a origem: os participantes foram fundamentais nas conquistas de espaços e na definição de demandas. Assim, o fazer junto é a base do Núcleo: voluntários idosos, idosos multiplicadores são um reflexo de que seus objetivos vêm sendo alcançados. O Centro Acadêmico, que possui uma sala dentro da estrutura do NETI, surgiu de um projeto de participantes. Outras associações e pequenas sociedades surgiram por iniciativa dos alunos, e não ficaram necessariamente atreladas ao Núcleo, mas sempre disseminaram questões em prol do idoso como cidadão autônomo.

Dessa forma, o Núcleo destaca seu papel agregador, sendo um exemplo de Programa que faz a universidade não se restringir ao campus, mas ter grande alcance social, em diversas esferas. O reconhecimento externo do Núcleo é grande, e os convites e parcerias com diversas instituições, a promoção de pesquisas conjuntas, o assento nos Conselhos são indicadores desse reconhecimento.

Neste ponto, é válida a reflexão de como um Núcleo de Estudos e Pesquisas, vinculado diretamente à Pró-Reitoria de Extensão consegue atingir o real sentido de universidade, conforme refletiu um sujeito de pesquisa: “se um trabalho de pesquisa não reverte pra comunidade em sentido mais amplo, ele praticamente perde o sentido”. (SILVA, 2013, p. 142). O Núcleo trabalha com um nicho que está crescendo no Brasil, bem como trabalha a gestão e o compromisso social, fugindo do simples assistencialismo. Assim, amplo leque de possibilidades é oferecido a partir deste trabalho de mais de trinta anos: a convivência intergeracional dentro do ambiente universitário também é destaque e a heterogeneidade do público enriquece os diversos projetos. Acadêmicos idosos, professores colaboradores, que podem ser bolsistas, voluntários, técnico-administrativos, pesquisadores. O Núcleo é aberto a propostas, desde que tais propostas estejam alinhadas a seus princípios.

Ainda assim, a universidade tem possibilidades de fazer muito mais pelo Programa, que mesmo trabalhando com a interdisciplinaridade, tem um potencial ainda maior para colaboração de pessoas de todos os Centros da universidade. De qualquer forma, isso pode ser visto como um potencial de crescimento, sobretudo para a geração de conhecimento. Both (2000) destacou a importância e a possibilidade de todas as áreas dentro da universidade contribuírem com a terceira idade, gerando conhecimentos e participando de forma interdisciplinar.

A conquista de um prédio próprio para o Programa dentro da universidade pode ser encarada como um reconhecimento de um trabalho importante e sério, um processo contínuo dentro da universidade. As atividades do Núcleo ultrapassam o espaço disponibilizado do prédio, e as salas de aulas de alguns Centros são requisitadas a cada semestre para as oficinas e cursos. Silva et al., (2014, p. 12) relatam esse processo:

[...] a cada semestre, a administração do Núcleo precisa solicitar aos Centros a liberação dos espaços, nem sempre conseguindo garantir o espaço do semestre anterior para a atividade. Não há uma padronização na forma de efetuar os pedidos - cada centro tem um fluxo de trabalho e especificações diferentes para solicitação de espaços. Os Centros só liberam os espaços caso todas suas ações de ensino, pesquisa e extensão sejam atendidas.

Reflete-se sobre o ponto de que o NETI ainda precisa marcar mais seu território dentro da universidade, e uma forma de fazê-lo seria ampliando a divulgação de pesquisas. “O Núcleo é um laboratório natural de estudo: não pode oferecer um campo de pesquisa para os outros virem aqui, beber e irem embora.” (SILVA, 2013, p. 143).

Uma das potencialidades do Núcleo também pode ser considerada um desafio: a ampla dependência de voluntários. O voluntariado tem um lado positivo, no entanto, em termos de gestão e estrutura, é um desafio, porque pode comprometer a continuidade dos projetos, que ficam bastante dependentes desse vínculo afetivo, da crença de seus apoiadores. Destaca-se que o Programa não tem um orçamento próprio e o número de pessoas lotadas é pequeno em relação ao número de projetos oferecidos e pessoas atendidas. Silva et al. (2014) relatam que o fato de não haver orçamento anual específico para planejamento das ações do NETI limita a possibilidade e autonomia em seu planejamento. Os recursos disponíveis vêm da liberação de recursos da Pró-reitora de Extensão e de uma taxa semestral simbólica recolhida para participação em suas atividades.

Ao analisar as questões internas do NETI, são reconhecidos pontos fortes e fragilidades, que podem ser visualizadas no Quadro 1 – Pontos Fortes e Fragilidades do NETI.

Quadro 1
Pontos Fortes e Fragilidades do NETI
Pontos Fortes e Fragilidades do NETI
Adaptado de Silva (2013)Quadro 1 Pontos Fortes e Fragilidades do NETI

Do ponto de vista interno, percebe-se a enorme importância do NETI, e como seu papel é bem desempenhado junto aos participantes e comunidade. As maiores fragilidades vêm de questões administrativas, sobretudo da questão de não possuir um orçamento anual, o que reduz consideravelmente a autonomia do Programa. Essa questão não é pontual ao NETI. Em relação a Programas de Universidade para a Terceira Idade, Cachioni (2012, p. 07) coloca que “os investimentos são escassos”. É necessário reconhecer, no entanto, as diversas conquistas, mesmo relacionadas a recursos que o NETI obteve ao longo de sua existência, como a sede atual e alguns funcionários da universidade lotados no Programa.

Ainda refletindo sobre o maior desafio do Núcleo, de um ponto de vista mais amplo, coloca-se a quebra de mitos e preconceitos, trabalhando na emergência de um novo paradigma. Esse é um desafio que o NETI assumiu e vem trabalhando com êxito, o qual deve ser construído em conjunto com toda a sociedade. Engler (2011) fala sobre como a economia pode favorecer a construção de uma velhice bem-sucedida. Considera a velhice bem-sucedida o processo vital e social que transcorre com dignidade, com energia e saúde, com atividade física e mental, com participação e integração social, produtiva e política, com satisfação com a vida e com a boa morte. Diante deste ponto de vista, enfatiza-se um novo contrato social, no qual a velhice seja vista como uma etapa da vida que é desejada e apreciada; com convívio intergeracional; solidariedade e respeito mútuo; protagonismo e cidadania.

Aqui, convida-se a reflexão de todas as instituições que trabalham junto, com, e para os idosos, e também as outras instituições sociais, tendo em vista que as gerações futuras usufruirão das conquistas em prol dos idosos de hoje. Por isso, urge um novo modo do pensar, ser e agir no âmbito do envelhecimento: que reconheça a existência de um novo idoso na nossa sociedade e construa um novo conceito de velhice. Neste caso, a educação para o envelhecimento é um caminho que já logrou muitas conquistas. No entanto, apesar de a educação ser um direito fundamental incluso em algumas políticas destinadas ao idoso, é fato que ainda não existe uma política específica e exclusiva que referencie a educação para a pessoa idosa. Isso se reflete nos desafios enfrentados por Programas para Terceira Idade dentro de Universidades a despeito dos benefícios gerados na vida dos idosos participantes, tais como o impacto na qualidade de vida, na ressignificação e na promoção de uma velhice bem-sucedida e saudável; o impacto nas relações sociais, na ativação da rede de apoio e no bem-estar emocional.

Portanto, a imagem de senhores de pijamas sentados em cadeiras de balanço em pleno dia já faz parte do passado. O velho Brasil tem um novo idoso, recém-saído da invisibilidade e não aceita o estigma de ser um peso para a sociedade. (REVISTA PLENITUDE, 2010). Certamente, reconhece-se que ainda há muito por fazer. Principalmente, no quesito aprender a envelhecer e aceitar ser idoso e no apoio e institucionalização de ações que promovem esse aprendizado e empoderamento.

Considerações finais

Este trabalho trouxe a reflexão sobre as fortalezas e os desafios de um programa universitário de educação permanente para o envelhecimento com mais de três décadas de existência. Nesta perspectiva, percebe-se a importância de Programas deste tipo tanto para os participantes idosos, como para a sociedade como um todo, que ganha ao conseguir quebrar estereótipos em relação ao envelhecimento, e no avanço do conhecimento sobre o tema.

As fundadoras do Núcleo injetaram a questão da terceira idade nos políticos, nos administradores dentro da UFSC e na universidade como um todo. Atualmente, em todo o Brasil estão difundidos programas de universidade aberta da terceira idade, de diferentes impactos socioeducativos. Assim, é possível dizer que o NETI vem cumprindo positivamente a sua função nos âmbitos educacional, social e político. Entretanto, faz-se necessário a realização periódica de avaliação institucional, atualização teórica, adequação às demandas de seu público participante.

As fortalezas do Programa estão atreladas principalmente aos benefícios que o mesmo promove, tanto para a população idosa, quanto para a comunidade em geral. Ao abrir suas portas aos idosos dentro do ambiente universitário, promove o convívio e conhecimento entre as gerações, fortalecendo a autoestima e o conhecimento das pessoas e valorizando suas ideias. A clareza de seu norte, direcionado sempre para a educação, incentiva um trabalho que auxilia sem se limitar ao assistencialismo, chamando as pessoas, incentivando-as para construir seu próprio conhecimento em conjunto, transmitindo e recebendo informações importantes, promovendo a multiplicação dos conhecimentos. Dessa forma, o Programa é um dos meios de a universidade realmente estar presente na comunidade, trabalhando tanto dentro de seu campus como fora dele. Além disso, um ponto forte que também é um desafio, é seu potencial de crescimento: tanto do ponto de vista de trabalhar com um público que cresce em taxas maiores do que outras faixas etárias populacionais, quanto da questão de estar em uma área que pode receber contribuição de todas as áreas do conhecimento.

Esses desafios estão muito atrelados aos espaços institucionais a serem conquistados. Ao se comparar com o início, os já ganhos foram consideráveis, mas ainda há muito pelo que se lutar em questão de espaço e reconhecimento. Se o trabalho já tem uma dimensão tão grande e um impacto positivo tão forte sem recursos próprios, quanta coisa se poderá fazer em prol do idoso quando se tiver uma estrutura mais autônoma?

O NETI, alocado institucionalmente na Pró-Reitoria de Extensão da UFSC, é um programa nos moldes de “universidade da terceira idade” que desenvolve o conjunto das funções basilares de instituições de ensino superior – ensino, pesquisa e extensão, sendo uma das atividades de maior destaque do compromisso social da universidade da qual faz parte (SILVA, 2013). Em estudo recente, o Núcleo foi apontado como um promotor e difusor de inovações sociais (SILVA, 2016), as quais podem ser pensadas como uma nova função da universidade, que perpassa e interliga as três funções originais.

Referências

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