Repensar o conceito de autonomia para uma sociologia dos bens simbólicos
DOI:
https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.15.15017.035Resumo
O que se entende por “autonomia” nas ciências sociais? Esse conceito tem múltiplos significados, fato que chega, às vezes, a motivar confusões no seu uso. Tais significados referem-se a tradições distintas, que vão desde a noção de autonomia política, que remonta à autonomia das cidades da Grécia Antiga, até a ideia de autonomia do indivíduo, que se desenvolveu com a ética protestante e o pensamento humanista, assumindo, posteriormente, o sentido de autonomia da razão na formulação teórica de Kant. Esse conceito está, igualmente, no centro das reflexões sociológicas que tratam das condições de produção e circulação dos bens simbólicos, sobre as quais este artigo se concentra, pois analisa a relação entre esses bens e as condições econômicas, sociais e políticas, mas sem fazer uma abordagem determinista. No âmbito da sociologia, esse conceito ganha visibilidade a partir de três tradições que são utilizadas sistematicamente a partir dos anos 1950-1960: a sociologia das profissões, a teoria do reflexo de origem marxista e a teoria dos campos (Item 1). Apesar desses usos diferenciados e parcialmente incompatíveis, ainda há espaço para cruzamentos e aproximações possíveis entre tais abordagens (Item 2), o que permite propor-se uma síntese com o objetivo de analisar a produção e a circulação dos bens simbólicos (Item 3).
Palavras-chave: Sociologia dos bens simbólicos. Conceito de autonomia. Sociologia das profissões. Teoria do reflexo. Teoria dos campos.
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