Gestão do trabalho no paradigma da flexibilização e a crise do emprego: compreensão necessária à formação profissional

Conteúdo do artigo principal

Roseni Inês Marconato Pinto

Resumo

Atualmente, é comum o discurso sobre a cultura da qualidade. Paulatinamente, as modernas teorias gerenciais estão invadindo todos os campos de atuação profissional, trazendo formas implícitas de exigências para os trabalhadores, que acabam aderindo a propostas pedagógicas pertinentes ao paradigma da flexibilização, sem as compreender enquanto tal, são assimiladas como algo natural. Neste artigo busca-se situar a gestão do trabalho segundo o paradigma da flexibilização, abordando também a crise do emprego. Entende-se que se faz necessário ter maior compreensão dos processos hegemônicos no mundo do trabalho, para poder enfrentá-los de forma mais crítica no dia-a-dia. Processos educativos presentes no gerenciamento do trabalho precisam ser mais discutidos, pois os profissionais, enquanto trabalhadores, não podem simplesmente aderir a essas novas propostas. Isto em função de que no sentido gramsciano tem-se que no processo educativo de construção da contrahegemonia está presente a proposta de elevação cultural das massas. Para GRAMSCI (1966, p.13-14):

Criar uma nova cultura não significa apenas fazer individualmente descobertas ‘originais’; significa também, e sobretudo, difundir criticamente verdades já descobertas, ‘socializá-las’ por assim dizer; transforma-las, portanto, em base de ações vitais, em elemento de coordenação e de ordem intelectual e moral. O fato de que uma multidão de homens seja conduzida a pensar coerentemente e de maneira unitária a realidade presente é um fato ‘filosófico’1 bem mais importante e ‘original’ do que a descoberta, por parte de um ‘gênio filosófico’, de uma verdade que permaneça como patrimônio de pequenos grupos intelectuais.

E, aqui se destaca a importância atribuída por Gramsci aos intelectuais, ampliandolhe a noção, por entendê-los intelectuais orgânicos, vinculados à classe social, que representam. PORTELLI (1990, p.88) ressalta que a função do intelectual consiste em “... exercer a direção ideológica e política de um sistema social, homogeneizar a classe que ele representa”. Não se esquecendo que uma parcela da massa de intelectuais provém das classes auxiliares, aliadas à classe dirigente. Pode-se perceber no texto que a origem e evolução da cultura da qualidade no Japão foi impregnada de um amplo processo educativo de massa.

 

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
PINTO, R. I. M. Gestão do trabalho no paradigma da flexibilização e a crise do emprego: compreensão necessária à formação profissional. Olhar de Professor, [S. l.], v. 5, n. 1, 2009. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/olhardeprofessor/article/view/1384. Acesso em: 5 nov. 2024.
Seção
Artigos em fluxo contínuo

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)