Fontes históricas para o estudo da reforma do ensino do Estado do Paraná (1920-1924)

Resumo

Este artigo investiga as políticas educacionais implementadas no início do Brasil republicano, com ênfase na reforma do ensino do Paraná conduzida por Cesar Prieto Martinez entre 1920 e 1924, analisando-a a partir de um conjunto de fontes históricas oficiais e não oficiais, como relatórios da Inspetoria Geral de Ensino, a revista O Ensino e registros da imprensa. Fundamentado nas contribuições de Thomas Popkewitz, especialmente no conceito de “ecologia da reforma”, e nas reflexões de Carlos Roberto Jamil Cury sobre o caráter contraditório das políticas educacionais, o estudo propõe compreender a reforma como um processo histórico e político marcado por disputas de poder, projetos de modernização e tentativas de racionalização do ensino público. A pesquisa evidencia que, ao mesmo tempo em que buscou alinhar a escola paranaense aos ideais republicanos de progresso, civismo, higienismo, alfabetização e racionalização do trabalho docente, a reforma de Martinez reproduziu tensões entre inclusão e exclusão, inovação e resistência. Ao analisar as fontes, observa-se que a reforma extrapolou o campo normativo, constituindo-se como experiência formativa permeada por condicionantes sociais, culturais e econômicos. O estudo reafirma a importância da crítica historiográfica e do trabalho com fontes diversas para compreender o sentido histórico das reformas educacionais e suas repercussões na constituição da escola pública brasileira.

Palavras-chave: Reformas de ensino. Cesar Prieto Martinez. Políticas educacionais. História da Educação. Paraná.