Faris Michaele: Trajetória de um intelectual moderno - Doi: 10.5212/OlharProfr.v.13i1.0012

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Névio de Campos
Elisa Marchese

Resumo

Este artigo objetiva analisar a trajetória intelectual de Faris Antônio Salomão Michaele (1911-1977) e problematizar sua concepção de educação. Faris Michaele nasceu no município de Mococa, interior do Estado de São Paulo, e na infância veio com a família para Ponta Grossa. Sua escolarização iniciou no Colégio São Luiz (Ensino Primário), continuou no Colégio Regente Feijó (Ensino Secundário) e foi concluída na Faculdade de Direito do Paraná. Sua trajetória está marcada por participar e dirigir a criação de diversos espaços culturais e educativos, entre os quais o Centro Cultural Euclides da Cunha (1947) e a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ponta Grossa (1949), bem como pela atuação no magistério de Ensino Secundário e Ensino Superior. A análise desse personagem apoia-se em Bourdieu e nas correspondências enviadas e recebidas pelo Centro Cultural Euclides da Cunha e pelo próprio Faris Michaele, nas obras que compõem o acervo da sua biblioteca pessoal, bem como nos artigos escritos por ele e sobre ele. À luz dos conceitos bourdieusianos e do corpus documental é possível afirmar que, em conjunto com uma camada social detentora de capital cultural, Faris Michaele estabeleceu uma série de instituições, objetivando aglutinar uma parcela da intelectualidade dos Campos Gerais e divulgar uma visão de mundo sistematizada pelas doutrinas filosóficas, científicas, literárias e educativas que se associavam à tradição antropocêntrica.