A "ONGrização" da educação pública

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Doutorando Matheus Cabral Ribeiro Correa
https://orcid.org/0000-0002-8787-5445
Dr.ª Maria Tereza Goudard Tavares
https://orcid.org/0000-0002-9856-5098

Resumo

A “ONGrização” da educação pública faz parte de um dos tentáculos de um “novo capitalismo” (Souza, 2012; Dardot e Laval, 2016). O sistema capitalista está privatizando a educação pública por substituição (Catini, 2021), o que significa sucatear o sistema público de ensino, oferecendo como contrapartida à educação privada de projetos, sobretudo com ONGs. Estas, por devoção ou necessidade, sabendo disso ou não, contribuem para o aumento das desigualdades sociais, apesar de terem um discurso benevolente, engajador e de transformação da educação dos mais pobres. Por meio do estudo teórico em um grupo de pesquisa sediado em uma Universidade Pública e protagonizado por professoras da rede pública, e através da experiência profissional em ONGs de um dos autores deste artigo, problematizamos os processos pedagógicos de duas ONGs em contextos diferentes, a saber: 1) a ONG Colheita atuante no lixão de Jardim Gramacho/Duque de Caxias (contexto “fora da escola”) e 2) a ONG Plantando o novo atuante em uma escola municipal no Leblon/RJ (contexto “dentro da escola”).

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Detalhes do artigo

Como Citar
CORREA, M. C. R.; TAVARES, M. T. G. A "ONGrização" da educação pública. Olhar de Professor, [S. l.], v. 27, p. 1–20, 2024. DOI: 10.5212/OlharProfr.v.27.23227.032. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/olhardeprofessor/article/view/23227. Acesso em: 3 dez. 2024.
Seção
Caderno Temático Mecanismos de privatização da Educação Básica e seus impactos nas políticas e gestão educacional
Biografia do Autor

Doutorando Matheus Cabral Ribeiro Correa, Universidade Estadual de Campinas - Unicamp

Graduado em Pedagogia (2020) pelo Centro Universitário Carioca como bolsista integral do Programa de Universidade Para Todos (Prouni). Autor do livro, resultado de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), intitulado: "Por que a escola pública fracassa?" (Editora Appris, ISBN: 978-65-250-0564-5). Mestre em Educação (2023) pelo Programa de Pós-Graduação em Processos Formativos e Desigualdades sociais (PPGedu) da Faculdade de Formação de Professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (FFP/UERJ). Pós-graduando (especialização) em Psicanálise com crianças e adolescentes (2023 - atual) pelo Instituto de Ensino Superior em Psicologia e Educação (ESPE/Brasil). Doutorando em Sociologia pela Universidade de Campinas (2024 - atual). Educador popular com crianças e adolescentes do lixão de Jardim Gramacho entre 2018 e 2022. Temas de interesse: fracasso escolar; classes sociais; lixão; sociologia da educação; teoria social.

Dr.ª Maria Tereza Goudard Tavares, Universidade Federal do Estado de Rio de Janeiro - UNIRIO

Possui graduação em Pedagogia pela Faculdade de Educação (1980), Mestrado Em Educação pela Universidade Federal Fluminense (1992) e Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003). Pós-Doutorado em Educação pela Unicamp sob a supervisão da profª. Drª Ana Lúcia Goulart de Faria/GEPEDISC/Unicamp, no período de 2013 a 2014. Atualmente é pesquisadora associada ao Diretório Vozes da Educação: Memória, História e Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, coordenando o Grupo de Estudos e Pesquisas- Infância(s), Formação de Professores/as e Diversidade Cultural- GIFORDIC/UERJ/PPGedu.Foi diretora eleita da Faculdade de Formação de Professores/UERJ no quadriênio 2008-2011, sendo professora associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e professora Procientista da UERJ/Faperj desde 1999. É atualmente coordenadora do GT Educação Popular da ANPED(2091-2021) além de ser professora efetiva do Programa de Pós-Graduação em Educação -Processos Formativos e Desigualdades Sociais -PPGedu/FFP/UERJ. Possui experiência na área de Educação Popular, com ênfase em Formação de Professores, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores(as) de educação infantil, educação popular, direito à cidade e educação da(s) infância(s) em periferias urbanas.

Referências

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