REPRESENTAÇÕES DE PROFESSORES SOBRE ADOLESCENTES ESTUDANTES DA ESCOLA PÚBLICA
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Resumen
A pesquisa busca conhecer e analisar representações sociais de professores sobre adolescentes da escola pública ao problematizar estereótipos, preconceitos e imagens sociais depreciativas e/ou patologizadoras dos jovens pobres, tal como veiculado nos últimos anos pelas mídias sociais perante as ocupações e manifestações estudantis em diferentes estados brasileiros. Fundamenta-se na Teoria das Representações Sociais de Moscovici e refuta vertentes naturalizantes e patologizadoras da Psicologia na compreensão do fenômeno da adolescência, adotando uma perspectiva histórico-cultural para entender como ocorrem as mudanças no psiquismo do adolescente em relação ao contexto social, cultural e histórico em que ele se insere. A partir de coleta de dados com 25 professores analisam-se os núcleos de significados encontrados em termos de frequência, percentual e ordenamento das manifestações docentes. Estes núcleos são: comportamento do aluno, motivação para aprendizagem, relação com o conhecimento, nível de desenvolvimento, perspectivas de futuro e relacionamento afetivo. Conclui-se que os participantes da pesquisa carregam representações negativas sobre os adolescentes das escolas públicas e está presente a visão de educação como disciplinamento e conformação, contribuindo para processos de exclusão da sociedade de classes, dominada pela ideologia do mérito e da difusão da liberdade individual. Daí a necessidade de imprimir na formação dos professores uma perspectiva crítica, que enfatize a complexidade e multideterminação dos fatores implicados no processo educacional e a necessária ruptura da imagem socialmente atribuída ao adolescente da escola pública.