O lugar da teoria na pesquisa em política educacional

Autores

  • Altair Alberto Fávero Universidade de Passo Fundo
  • Carina Tonieto Universidade de Passo Fundo

Resumo

Resumo: Nosso objetivo, no presente texto, é problematizar acerca de qual é o lugar que a teoria tem ocupado na pesquisa em política educacional. Para isso, num primeiro momento, apresentamos breves considerações a respeito do conceito de teoria, a fim de sinalizar implicações e consequências de sua presença/ausência nas pesquisas em política educacional; num segundo momento, analisamos o papel da teoria nos estudos educacionais, a fim de pontuar sua dimensão crítica e criativa; e, no terceiro momento, apresentamos as consequências do recuo da teoria e a fragilização das concepções de conhecimento, para a formação de professores e pesquisadores. A argumentação que desenvolvemos está ancorada epistemologicamente na interface de uma perspectiva teórica pluralista e racionalista, tomada em seu posicionamento epistemológico crítico-analítico e enfoque epistemológico da complexidade. Desse modo, nos valemos de conceitos robustos e flexíveis que nos permitem compreender, elucidar e esclarecer o problema proposto, ou seja, buscar uma resposta satisfatória para a pergunta: qual é o lugar e a importância da teoria na pesquisa em política educacional? Projetamos uma análise teórica que busca explorar as complexas e diversas interações postas pelo campo em que se localiza tal problemática, ou seja, das políticas educacionais e de sua relação com a pesquisa.

 

Palavras-chave: Teoria. Pesquisa. Epistemologia. Política Educacional.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Ball, S. (2011). “Intelectuais ou técnicos? O papel indispensável da teoria nos estudos educacionais”. In: Ball, S.; Mainardes, J. (Orgs.). Políticas educacionais: questões e dilemas. (pp. 78-99). São Paulo: Cortez.

Gatti, B, A. (2012). “A construção metodológica da pesquisa em educação: desafios”. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação/RBPAE, v. 28, n. 1, pp. 13-34.

Bhaskar, R. (1993). Reclaiming reality: a critical introduction to contemporary Philosophy. Londres: Verso.

Campos, R. F. (2002). A reforma da formação inicial dos professores da educação básica nos anos 1990: desvelando as tessituras da proposta governamental. Florianópolis: UFSC. [Tese de doutorado].

Diógenes, E. M. N. (2014). “Análise das bases epistemológicas do campo teórico da política educacional”. Práxis Educativa, v. 9, n. 2, pp. 333-353.

Duayer, M.; Moraes, M. C. M. (1998). “História, estórias: morte do real ou derrota do pensamento”. Perspectiva, v. 16, n. 29, pp. 63-74.

Espinoza, O. (2009). “Reflexiones sobre los conceptos de “política”, políticas públicas y política educacional”. Archivos Analíticos de Políticas Educativas, v. 17, n. 8, pp. 1-13.

Ferreira, A. B. H. (1999). Novo Aurélio do Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Krawczyk, N. (2012). “A historicidade da pesquisa em política educacional: o caso do Brasil”. Jornal de Políticas Educacionais, n. 12, pp. 3-11.

Mainardes, J.; Ferreira, M. e Tello, C. (2011). “Análise de políticas: fundamentos e principais debates teórico-metodológicos”. In: Ball, S. J.; Mainardes, J. (Orgs.). Políticas educacionais: questões e dilemas. (pp. 143-172). São Paulo: Cortez.

Moraes, M. C. M. (2003). “Recuo da Teoria”. In: Moraes, M. C. M. (Org.). Iluminismo às avessas: produção de conhecimento e políticas educacionais. Rio de Janeiro: DP&A.

Moraes, M. C. M. (2009). “Indagações sobre o conhecimento no campo da educação”. In: Almeida, M. L. P.; Mendes, V. H. (Orgs.). Educação e racionalidade: questões de ontologia e método em educação. Campinas: Mercado de Letras.

Martins, A. M. (2011). “A pesquisa na área de política e gestão da educação básica: aspectos teóricos e metodológicos”. Educação e Realidade, v. 36, n. 2, pp. 379-393.

Paviani, J. (2013). Epistemologia prática. 2. ed. Caxias do Sul: EDUCS.

Perrenoud, P. (1999). Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artes Médicas.

Popper, K. (1975a). Lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, Edusp.

Popper, K. (1975b). Conhecimento objetivo. São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo.

Schön, D. (1997). “Formar professores como profissionais reflexivos”. In: Nóvoa, A. (Org.). Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote.

Schön, D. (1998). El profissional reflexivo: como piensan los profisionales cuando actúan. Barcelona: Paidós.

Shiroma, E. O. (2003). “O eufemismo da profissionalização”. In: Moraes, M. C. M. (Org.) Iluminismo às avessas: produção de conhecimento e políticas educacionais. Rio de Janeiro: DP&A.

Souza, A. R. (2014). “A pesquisa em políticas educacionais no Brasil: de que estamos tratando?”. Práxis Educativa, v. 9, n. 2, pp. 355-367.

Tardif, M. (2000). “Os saberes profissionais dos professores e conhecimentos universitários: elementos para uma epistemologia da prática profissional dos professores e suas consequências em relação à formação para o magistério”. Revista Brasileira de Educação. São Paulo, ANPed, n.13, pp. 5-24.

Tello, C. (2012a). “Las espistemologias de la política educativa en Latinoamérica: notas históricas y epistemológicas sobre el campo”. Espaço Pedagógico, v. 19, n. 2, pp. 282-299.

Tello, C. (2012b). “Las epistemologías de la política educativa: vigilancia y posicionamiento epistemológico del investigador en política educativa”. Práxis Educativa, v. 7, n. 1, pp. 53-68.

Tello, C. (2013). “La producción de conocimiento en política educacional: entre los nuevos modos de producción de conocimiento y el EEPE”. Diálogos Educacionais, v. 13, n. 39, pp. 749-770.

Tello, C.; Mainardes, J. (2012). “La posición epistemológica de los investigadores en Política Educativa: debates teóricos en torno a las perspectivas pos-estructuralista, neo-marxista y pluralista”. Archivos Analíticos de Políticas Educativas (EPAA), v. 20, n. 9, pp. 1-31.

Publicado

2017-08-14

Como Citar

FÁVERO, A. A.; TONIETO, C. O lugar da teoria na pesquisa em política educacional. Revista de Estudios Teóricos y Epistemológicos en Política Educativa, [S. l.], v. 1, n. 2, p. 230–247, 2017. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/retepe/article/view/10460. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artículos