O lugar da teoria na pesquisa em política educacional
Resumo
Resumo: Nosso objetivo, no presente texto, é problematizar acerca de qual é o lugar que a teoria tem ocupado na pesquisa em política educacional. Para isso, num primeiro momento, apresentamos breves considerações a respeito do conceito de teoria, a fim de sinalizar implicações e consequências de sua presença/ausência nas pesquisas em política educacional; num segundo momento, analisamos o papel da teoria nos estudos educacionais, a fim de pontuar sua dimensão crítica e criativa; e, no terceiro momento, apresentamos as consequências do recuo da teoria e a fragilização das concepções de conhecimento, para a formação de professores e pesquisadores. A argumentação que desenvolvemos está ancorada epistemologicamente na interface de uma perspectiva teórica pluralista e racionalista, tomada em seu posicionamento epistemológico crítico-analítico e enfoque epistemológico da complexidade. Desse modo, nos valemos de conceitos robustos e flexíveis que nos permitem compreender, elucidar e esclarecer o problema proposto, ou seja, buscar uma resposta satisfatória para a pergunta: qual é o lugar e a importância da teoria na pesquisa em política educacional? Projetamos uma análise teórica que busca explorar as complexas e diversas interações postas pelo campo em que se localiza tal problemática, ou seja, das políticas educacionais e de sua relação com a pesquisa.
Palavras-chave: Teoria. Pesquisa. Epistemologia. Política Educacional.
Métricas
Referências
Ball, S. (2011). “Intelectuais ou técnicos? O papel indispensável da teoria nos estudos educacionais”. In: Ball, S.; Mainardes, J. (Orgs.). Políticas educacionais: questões e dilemas. (pp. 78-99). São Paulo: Cortez.
Gatti, B, A. (2012). “A construção metodológica da pesquisa em educação: desafios”. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação/RBPAE, v. 28, n. 1, pp. 13-34.
Bhaskar, R. (1993). Reclaiming reality: a critical introduction to contemporary Philosophy. Londres: Verso.
Campos, R. F. (2002). A reforma da formação inicial dos professores da educação básica nos anos 1990: desvelando as tessituras da proposta governamental. Florianópolis: UFSC. [Tese de doutorado].
Diógenes, E. M. N. (2014). “Análise das bases epistemológicas do campo teórico da política educacional”. Práxis Educativa, v. 9, n. 2, pp. 333-353.
Duayer, M.; Moraes, M. C. M. (1998). “História, estórias: morte do real ou derrota do pensamento”. Perspectiva, v. 16, n. 29, pp. 63-74.
Espinoza, O. (2009). “Reflexiones sobre los conceptos de “política”, políticas públicas y política educacional”. Archivos Analíticos de Políticas Educativas, v. 17, n. 8, pp. 1-13.
Ferreira, A. B. H. (1999). Novo Aurélio do Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
Krawczyk, N. (2012). “A historicidade da pesquisa em política educacional: o caso do Brasil”. Jornal de Políticas Educacionais, n. 12, pp. 3-11.
Mainardes, J.; Ferreira, M. e Tello, C. (2011). “Análise de políticas: fundamentos e principais debates teórico-metodológicos”. In: Ball, S. J.; Mainardes, J. (Orgs.). Políticas educacionais: questões e dilemas. (pp. 143-172). São Paulo: Cortez.
Moraes, M. C. M. (2003). “Recuo da Teoria”. In: Moraes, M. C. M. (Org.). Iluminismo às avessas: produção de conhecimento e políticas educacionais. Rio de Janeiro: DP&A.
Moraes, M. C. M. (2009). “Indagações sobre o conhecimento no campo da educação”. In: Almeida, M. L. P.; Mendes, V. H. (Orgs.). Educação e racionalidade: questões de ontologia e método em educação. Campinas: Mercado de Letras.
Martins, A. M. (2011). “A pesquisa na área de política e gestão da educação básica: aspectos teóricos e metodológicos”. Educação e Realidade, v. 36, n. 2, pp. 379-393.
Paviani, J. (2013). Epistemologia prática. 2. ed. Caxias do Sul: EDUCS.
Perrenoud, P. (1999). Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artes Médicas.
Popper, K. (1975a). Lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, Edusp.
Popper, K. (1975b). Conhecimento objetivo. São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo.
Schön, D. (1997). “Formar professores como profissionais reflexivos”. In: Nóvoa, A. (Org.). Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote.
Schön, D. (1998). El profissional reflexivo: como piensan los profisionales cuando actúan. Barcelona: Paidós.
Shiroma, E. O. (2003). “O eufemismo da profissionalização”. In: Moraes, M. C. M. (Org.) Iluminismo às avessas: produção de conhecimento e políticas educacionais. Rio de Janeiro: DP&A.
Souza, A. R. (2014). “A pesquisa em políticas educacionais no Brasil: de que estamos tratando?”. Práxis Educativa, v. 9, n. 2, pp. 355-367.
Tardif, M. (2000). “Os saberes profissionais dos professores e conhecimentos universitários: elementos para uma epistemologia da prática profissional dos professores e suas consequências em relação à formação para o magistério”. Revista Brasileira de Educação. São Paulo, ANPed, n.13, pp. 5-24.
Tello, C. (2012a). “Las espistemologias de la política educativa en Latinoamérica: notas históricas y epistemológicas sobre el campo”. Espaço Pedagógico, v. 19, n. 2, pp. 282-299.
Tello, C. (2012b). “Las epistemologías de la política educativa: vigilancia y posicionamiento epistemológico del investigador en política educativa”. Práxis Educativa, v. 7, n. 1, pp. 53-68.
Tello, C. (2013). “La producción de conocimiento en política educacional: entre los nuevos modos de producción de conocimiento y el EEPE”. Diálogos Educacionais, v. 13, n. 39, pp. 749-770.
Tello, C.; Mainardes, J. (2012). “La posición epistemológica de los investigadores en Política Educativa: debates teóricos en torno a las perspectivas pos-estructuralista, neo-marxista y pluralista”. Archivos Analíticos de Políticas Educativas (EPAA), v. 20, n. 9, pp. 1-31.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamentodo trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
__________
Los autores que publican en esta revista están de acuerdo con los siguientes términos:
1. Los autores conservan los derechos de autor y garantizan a la revista el derecho de ser la primera publicación del trabajo al igual que licenciado bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento 4.0 Internacional que permite a otros compartir el trabajo con un reconocimiento de la autoría del trabajo y la publicación inicial en esta revista.
2. Los autores pueden establecer por separado acuerdos adicionales para la distribución no exclusiva de la versión de la obra publicada en la revista (por ejemplo, situarlo en un repositorio institucional o publicarlo en un libro), con un reconocimiento de su publicación inicial en esta revista.
3. Se permite y se anima a los autores a difundir sus trabajos electrónicamente (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su propio sitio web) antes y durante el proceso de envío, ya que puede dar lugar a intercambios productivos, así como a una citación más temprana y mayor de los trabajos publicados (Véase The Effect of Open Access) (en inglés).
__________
If the article is accepted for publication, copyright of this article will be vested in the The Journal of Theoretical and Epistemological Studies on Education Policy.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este obra está bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento 4.0 Internacional.