Percepções de professores de Química sobre o trabalho em espaços de educação não formal e os desafios para incluir estudantes com deficiência nesses locais

Conteúdo do artigo principal

Bruna Olívia da Silva Lopes
https://orcid.org/0000-0002-4388-2686
Vinícius Catão de Assis Souza
https://orcid.org/0000-0003-4591-9275
Regina Simplício Carvalho
https://orcid.org/0000-0002-0679-4070

Resumo

Investigou-se neste trabalho o potencial dos espaços não formais de educação para favorecer o ensino e a aprendizagem dos conceitos químicos, tendo o foco nas questões educacionais que perpassam a inclusão. Assim, nesta pesquisa qualitativa/exploratória entrevistou-se seis professores de Química de duas escolas públicas de Viçosa (MG) sobre o trabalho nestes espaços e as


Investigou-se neste trabalho a percepção de professores de Química sobre o potencial dos espaços não formais para favorecer o processo de ensino e aprendizagem dos conceitos químicos, tendo o foco nas questões educacionais relativas à inclusão. Nesta pesquisa qualitativa/exploratória entrevistou-se seis professores de Química em duas escolas públicas de Viçosa (MG), abordando o trabalho nestes espaços não formais e as possibilidades que eles apresentam para incluir diferentes estudantes. As entrevistas semiestruturadas foram transcritas e analisadas com base na Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados apontaram que, embora haja dificuldades logísticas, os professores avaliaram que nestes espaços os estudantes interagem mais com novos saberes e com os colegas, contextualizando a Química. Concluiu-se que os dois Museus analisados não estavam preparados para atender os estudantes público-alvo da Educação Especial devido a falta de acessibilidade física e linguística, além da escassez de tecnologias assistivas para acessar as informações dos acervos em exposição.


possibilidades que eles apresentam para incluir diferentes estudantes. As entrevistas semiestruturadas foram transcritas e analisadas com base na Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados apontaram que embora haja dificuldades logísticas para visitar os Museus, os professores avaliaram que nestes espaços os estudantes interagem mais com novos conhecimentos e com os colegas, aproximando a Química do dia a dia. Concluiu-se ainda que os Museus analisados não estavam preparados para atender estudantes público-alvo da Educação Especial, devido à falta de acessibilidade física e linguística, além da escassez de tecnologias assistivas para acessar informações dos acervos em exposição.

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
LOPES, B. O. da S.; SOUZA, V. C. de A. .; CARVALHO, R. S. Percepções de professores de Química sobre o trabalho em espaços de educação não formal e os desafios para incluir estudantes com deficiência nesses locais. Olhar de Professor, [S. l.], v. 24, p. 1–24, 2021. DOI: 10.5212/OlharProfr.v.24.18397.090. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/olhardeprofessor/article/view/18397. Acesso em: 23 nov. 2024.
Seção
Educação Inclusiva: pesquisas, políticas e práticas pedagógicas
Biografia do Autor

Bruna Olívia da Silva Lopes, Universidade Fedeal de Viçosa - UFV

Mestre em Mestrado profissional em Química pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Professora na Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais.

Vinícius Catão de Assis Souza, Universidade Federal de Viçosa

Doutor em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor no Departamento de Química da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Regina Simplício Carvalho, Universidade Federal de Viçosa

Doutora em Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora no Departamento de Química da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Referências

AMADO, M. V.; CAZAROTO, R. B.; ALENCAR, I. C. C. Educação ambiental: legislação e considerações sobre sua prática em espaço não formal de ensino. In: LEITE, S. Q. M. Práticas experimentais investigativas em ensino de ciências. Vitória: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, 2012.
ARAGÃO, A. S. Ensino de Química para alunos cegos: desafios no ensino médio. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2012, 122 f. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/3111/4705.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 25 de maio de 2021.
ARANTES, V. A. (org.); GHANEM, E.; TRILLA, J. Educação formal e não formal: Pontos e Contrapontos. 1. ed. São Paulo: Summus, 2008.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. 3ª reimpressão da 1ª ed. São Paulo: Edições 70, 2011.
BENITE, A. M. C.; PEREIRA, L.; BENITE, C. R. M.; PROCOPIO, M. V. R.; FRIEDRICH, M. Formação de professores de ciências em rede social: uma perspectiva dialógica na educação inclusiva. Revista Brasileira de Pesquisa em Ensino de Ciências, 9(3), pp. 1-21, 2009.
BOGDAN, R.; BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação. Uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica (SEB) Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEB, 2006.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial (SEESP). Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
BRASIL. Lei 13.146. Dispõe sobre a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União. Brasília, 06 de julho de 2015.
BRASIL. Lei 13.409. Altera a Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, e dispõe sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos técnico de nível médio e superior das instituições federais de ensino. Diário Oficial da União. Brasília, 28 de dezembro de 2016.
CASTRO, S. F.; ALMEIDA, M. A. (2014) Ingresso e Permanência de Alunos com Deficiência em Universidades Públicas Brasileiras. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 20, n. 2, p. 179-194, Abr-Jun, 2014.
COMARÚ, M. W.; COUTINHO, C. M. L. M. Para que incluir? Uma discussão sobre educação de alunos com deficiências, políticas públicas e as pesquisas em ensino de ciências. Atas do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências – IX ENPEC Águas de Lindóia, SP – 10 a 14 de novembro de 2013.
COSTA, L. G.; NEVES, M. C. D.; BARONE, D. A. C. O ensino de Física para deficientes visuais a partir de uma perspectiva fenomenológica. Ciên. Educ. (Bauru), Bauru, v. 12, n. 2, p. 143-153, Aug. 2006.
GOHN, M. G. Educação não formal, Aprendizagens e Saberes em Processos Participativos. Investigar em Educação, II série, N. 1, 2014.
IBIAPINA, I. M. L. M. Pesquisa colaborativa: investigação, formação e produção de conhecimentos. Brasília, DF: Líber Livro, 2008.
INEP. Glossário da Educação Especial: Censo Escolar 2020. Brasília: Ministério da Educação, 2020.
INEP. Resumo Técnico do Estado de Minas Gerais: Censo da Educação Básica 2019. Brasília-DF: Ministério da Educação, 2019.
JACOBUCCI, D. F. C. Contribuições dos espaços não formais de educação para a formação da cultura científica. Em extensão, Uberlândia, v. 7, p.55-66, 2008.
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: Teoria da Ciência e iniciação à Pesquisa. 20ª Edição (revista e atualizada). Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1997.
KRASILCHIK, M., MARANDINO, M. Ensino de Ciências e Cidadania. 2a ed. São Paulo: Editora Moderna. 2007.
LINHARES, F. R. C.; NASCIMENTO, S. S. Espaços de divulgação de astronomia no Brasil - um mapeamento através da internet. In: VII Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, Florianópolis, SC. Belo Horizonte: ABRAPEC, Cadernos de resumo. p. 190-199, 2009.
NASCIMENTO, F. N.; SGARBI, A. D.; ROLDI, K. A utilização de espaços educativos não formais na construção de conhecimentos – uma experiência com alunos do ensino fundamental. Revista da SBEnBio, n. 7, p. 2130-2139. Outubro, 2014.
NICOLACI-DA-COSTA, A. M. O campo da pesquisa qualitativa e o Método de Explicitação do Discurso Subjacente (MEDS). Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 20, n. 1, p. 65-73, 2007.
OLIVEIRA, R. I. R.; GASTAL, M. L. A. Educação Formal Fora da Sala de Aula - Olhares sobre o Ensino de Ciências Utilizando Espaços Não Formais. In: VII ENPEC - Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, Florianópolis. 2009.
PARREIRA, L. A.; FILHO, Pe. M. J. A educação não formal: desafios de uma prática pedagógica. Serviço social e Realidade, Franca, v. 19, n. 1, p. 241-268, 2010.
ROCHA, S. C. B.; TERÁN, A. F. Contribuições dos espaços não-formais para o ensino de ciências. In: I Simpósio Internacional de Educação em Ciências na Amazônia - I SECAM, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas-UEA, realizado em Manaus, 20 a 23 de setembro de 2011.
SANTIAGO, M. C.; SANTOS, M. P. (2015). Planejamento de Estratégias para o Processo de Inclusão: desafios em questão. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 40, n. 2, p. 485-502, abr./jun. 2015.
SCHUINDT, C. C. A educação inclusiva em espaços não formais: uma análise dos museus de ciências brasileiros. 2019. 243f. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e em Matemática) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2019. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/21fc/2f2ae1ed97edd567f0fa95551189d9555d2c.pdf. Acesso em: 25 de maio de 2021.
TOJAL, A. P. F. Política de acessibilidade comunicacional em museus: para quê e para quem? Museologia & Interdisciplinaridade. Brasília, v. 1 V, n. 7, p. 190-202, out./nov. 2015.
XAVIER, D. A. L.; LUZ, P. C. S. Dificuldades enfrentadas pelos professores para realizar atividades de educação ambiental em espaços não formais. Revista Margens Interdisciplinar, v.9, n.12, p. 290-311, 2015. http://dx.doi.org/10.18542/rmi.v9i12.3077