Base Nacional Comum Curricular e Educação Infantil: movimentos, disputas e resistências
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Resumo
O presente texto versa sobre os movimentos de disputas no campo da política educacional, tendo como foco a análise documental das versões da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – Educação Infantil (EI) como produtora de resistências a propostas curriculares conservadoras. As análises articulam-se com os estudos de Picoli (2020), Biesta (2017) e Barbosa, Cruz, Fochi e Oliveira (2016). Diante do conteúdo analisado compreende-se que o período de construção da BNCC foi marcado por disputas, mudanças nos discursos e troca nos agentes que participavam das comissões, tais mudanças foram ancoradas a movimentos neoliberais e conservadores, que sucederam a proposta de competências e habilidades. Nesse contexto, a Educação Infantil como parte da Base propôs movimentos de resistências, repensando a lógica curricular para além do conteúdo ou das competências e habilidades propondo ensino/aprendizagem pautado na experiência e nas relações entre as crianças e a sociedade.
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