Conhecimentos estruturantes para a formação de professores

Conteúdo do artigo principal

Dr.ª Maria Adélia Costa
https://orcid.org/0000-0002-9270-5184

Resumo

Um dos grandes desafios para o reconhecimento sociopolítico e financeiro da docência como uma profissão que requer formação adequada, em cursos de licenciaturas, é a histórica e recorrente banalização que para ser professor é preciso ter vocação ou dom. Persiste no imaginário social e em alguns nichos acadêmicos que basta dominar os conhecimentos específicos de uma profissão para que, como o pó do pirlimpimpim, esse profissional seja notoriamente reconhecido como professor. Uma ideia reducionista e meramente técnica do ato de ensinar, que desconsidera dimensões como a sócio-histórico e cultural, presente no processo ensino-aprendizagem. O objetivo desse estudo é analisar os conhecimentos estruturantes necessários a formação docente. Trata-se de uma pesquisa documental que por meio da análise de conteúdo apresenta o cenário das políticas de formação de professores da educação básica, bem como descreve os conhecimentos estruturantes, na perspectiva de Shulman (1986), para a identidade docente. Pode-se inferir que o investimento na infraestrutura educacional brasileira se encontra na periferia do ranking de países da OCDE, e ainda, que há uma tendencia de culpabilização professor, pelo fracasso da aprendizagem dos alunos.


 


 

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
COSTA, M. A. Conhecimentos estruturantes para a formação de professores. Olhar de Professor, [S. l.], v. 25, p. 1–24, 2022. DOI: 10.5212/OlharProfr.v.25.20916.073. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/olhardeprofessor/article/view/20916. Acesso em: 5 nov. 2024.
Seção
Caderno temático "As reformas educacionais no Ensino Superior"
Biografia do Autor

Dr.ª Maria Adélia Costa, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET-MG

Professora no Programa de Pós-graduação Mestrado em Educação Tecnológica (PPGET/CEFET-MG), Chefe do Departamento de Educação (DEDU). Professora no Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes (PEFPD). É graduada pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (UNILESTE 1992). Possui especialização em Educação de Jovens e Adultos integrada a Educação Profissional e Tecnológica - PROEJA, pelo CEFET-MG, 2006. É Mestre em Educação Tecnológica, CEFET- MG. Concluiu seu doutorado em Educação na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), na Linha de Pesquisa Trabalho, Educação e Sociedade. Participa do Grupo de Trabalho, Educação e Formação Humana, UFU e no CEFET-MG é exclusivo dos grupos de pesquisa: "Igualdade e Relações de Gênero em áreas de Ciência e Tecnologia" e " A área de gestão foi a Diretoria do CEFET-MG Unidade Contagem e Coordenadora Geral de Avaliação da Educação Profissional Técnica de Nível Médio quando instituiu a comissão de avaliação da EPTNM (CPAEPT). Participe de projetos de extensão que visam a conexão da instituição escolar com a comunidade, seja por meio de minicursos, palestras, oficinas ou trabalhos de assessoria pedagógica. Pesquisa e escreve sobre: ​​organização histórico-sócio-cultural do currículo escolar, educação profissional e tecnológica, formação de professores para profissionais e tecnológicos, igualdade e relações de gênero nas áreas científicas e tecnológicas. A área de gestão foi a Diretoria do CEFET-MG Unidade Contagem e Coordenadora Geral de Avaliação da Educação Profissional Técnica de Nível Médio quando instituiu a comissão de avaliação da EPTNM (CPAEPT).

Referências

ABECS. Nota da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais em relação à BNCC. Blog Café com Sociologia, abr. 2018. Disponível em: https://cafecomsociologia.com/nota-abecs-bncc/. Acesso em: 09 ago. 2022.

BRASIL. Emenda Constitucional nº 95 de 15 de dezembro de 2016. Altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 2, 16 dez. 2016. Disponível em: https://legis.senado.leg.br/norma/540698. Acesso em: 12 nov. 2022.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Resumo Técnico: Censo Escolar da Educação Básica 2021. Brasília, DF: Inep, 2021a.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da educação superior 2021: divulgação dos resultados. Brasília, DF: Inep, 2021b. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2021/apresentacao_censo_da_educacao_superior_2021.pdf. Acesso em: 17 nov. 2022.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica 2021: notas estatísticas. Brasília, DF: Inep, 2022a.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Superior 2020: notas estatísticas. Brasília, DF: Inep, 2022b.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera as Leis n º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e o Decreto-Lei nº 236, de 28 de fevereiro de 1967; revoga a Lei nº 11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 1, 17 fev. 2017. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13415.htm. Acesso em: 09 ago. 2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p.1, 26 jun. 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso em: 14 ago. 2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 2, de 1º de julho de 2015. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 8-12, 2 jul. 2015. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=136731-rcp002-15-1&category_slug=dezembro-2019-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 12 ago. 2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 2, de 26 de junho de 1997. Dispõe sobre os programas especiais de formação pedagógica de docentes para as disciplinas do currículo do ensino fundamental, do ensino médio e da educação profissional em nível médio. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 14297, 15 jul. 1997. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/Res02.pdf. Acesso em: 12 ago. 2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Diário Oficial União: seção 1, Brasília, DF, p. 46-49, 2019. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2019-pdf/135951-rcp002-19/file. Acesso em: 09 ago. 2022.

BRZEZINSKI, Í. Políticas contemporâneas de formação de professores para os anos iniciais do ensino fundamental. Educ. Soc., Campinas, vol. 29, n. 105, p. 1139-1166, set./dez. 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/5NFc5q49QjdB79GY9svbTdJ/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 12 ago. 2022.

CELLARD, A. A análise documental. In: POUPART, J. et al. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis, Vozes, 2008.

DIAS, I. S. Competencies in education: concept and educational meaning. Psicol. Esc. Educ. v. 14, n. 1, jun. 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-85572010000100008.

FRANCO, M. L. P. B. Análise de conteúdo. 3. ed. Brasília: Líber Livro, 2008.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 24. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

FREIRE, P. A Educação na cidade. São Paulo: Cortez; 1991.

FREIRE, P. Cartas a Cristina: reflexões sobre minha vida e minha práxis. 2. ed. São Paulo: UNESP, 2003.

FREIRE, P. Educação e mudança. 30. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.

GATTI, B. A.; BARRETO, E. S. de S.; ANDRÉ, M. E. D. A. de A.; ALMEIDA, P. C. A. de. Professores do Brasil: novos cenários de formação. Brasília: UNESCO, 2019.

GATTI, B. A. Políticas educacionais e educação básica: desafios para as políticas e formação docente. In: PACHECO RIOS, J. A. V. (org.). Políticas, práticas e formação na educação básica. Salvador (BA): Editora da UFBA, 2015. p. 25-34.

GATTI, B. A Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educ. Soc. v. 31, n. 113, dez. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/R5VNX8SpKjNmKPxxp4QMt9M/. Acesso em: 09 ago. 2022.

GAUTHIER, C. et al. Por uma teoria da pedagogia: pesquisas contemporâneas sobre o saber docente. 2. ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2006.

GONÇALVES, S. da R. V.; MOTA, M. R. A. M.; ANADON, S. B. A resolução CNE/CP no. 2/2019 e os retrocessos na formação de professores. Formação em Movimento, v. 2, i. 2, n.4, p. 360-379, jul./dez. 2020. DOI: https://doi.org/10.38117/2675-181X.formov2020.v2i2n4.360-379.

LIMA, V. M. M. A complexidade da docência nos anos iniciais na escola pública. Nuances: estudos sobre Educação, Presidente Prudente, SP, v. 22, n. 23, p. 148-166, maio/ago. 2012. DOI: http://dx.doi.org/10.14572/nuances.v22i23.1767.

LÜDKE, M.; BOING, L. A. Caminhos da profissão e da profissionalidade docentes. Educ. Soc., Campinas, v. 25, n. 89, p. 1159-1180, Set./Dez. 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/FB83Ty4bPSzqxXQB6DbvV6t/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 10 ago. 2022.

NÓVOA, A. Firmar a posição como professor, afirmar a profissão docente. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 47, n. 166, p. 1106-1133, 2017.

OCDE. Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Relatórios Econômicos OCDE. Brasil: OECD, 2018. Disponível em: https://www.oecd.org/economy/surveys/Brazil-2018-OECD-economic-survey-overview-Portuguese.pdf. Acesso em: 10 ago. 2022.

OCDE. Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Education at a Glance 2021: OECD Indicators. © 2022 OECD. All Rights Reserved. Disponível em: https://www.oecd-ilibrary.org/sites/b35a14e5-en/index.html?itemId=/content/publication/b35a14e5-en. Acesso em: 19 dez. 2022.

PIMENTA, S. G. Formação de professores: identidade e saberes da docência. In: PIMENTA, S. G. (org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez, 1999.

RAMALHO, B. L.; NUÑEZ, I. B.; GAUTHIER, C. Formar o professor, profissionalizar o ensino: perspectivas e desafios. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2004.

SHULMAN, L. S. Those Who Understand: Knowledge Growth in Teaching. Educational Researcher, v.15, n. 2, p. 4-14, fev. 1986. Disponível em: https://www.wcu.edu/webfiles/pdfs/shulman.pdf. Acesso em: 10 ago. 2022.

SILVA, M. R. da. Competências: a pedagogia do “novo ensino médio”. 2003. 305 f. Tese (Doutorado em educação: história, política e sociedade) PUC, São Paulo, 2003. Disponível em: https://observatorioensinomedio.files.wordpress.com/2014/02/monica-r-silva-tese-competc3aancias-a-pedagogia-do-novo-ensino-mc3a9dio.pdf. Acesso em: 12 ago. 2022.

SINDREDE-BH. Sindicato dos trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte. Falta de investimento em educação acelera desigualdade. Belo Horizonte, 2021. Disponível em: https://sindrede.org.br/falta-de-investimento-em-educacao-acelera-desigualdade/. Acesso em: 10 ago. 2022.

SOARES, R. Base Nacional para formação do professor vai revisar cursos para conhecimento e valorização. Assessoria de Comunicação Social. Brasília: MEC, 2016. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/bncc-professores. Acesso em: 10 ago. 2022.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Rio de Janeiro: Vozes, 2012.

VASCONCELOS, C. dos S. Para onde vai o professor? Resgate do Professor como sujeito de transformação. 10. ed. São Paulo: Libertad, 2003.

ZABALA, A.; ARNAU, L. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Artmed, 2010.